quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

New Begginning - Capítulo 120


Os raios de sol que ainda brilhavam debilmente no céu aqueceram-me a pele, provocando leves arrepios no corpo. Estava envolvida no casulo de Zayn, protegida do mundo e dos medos provocados por este. Pedi-lhe que ficássemos encostados ao Bentley durante uns minutos, apenas abraçados e em silêncio.  
A respiração de Zayn estava calma e estável, o que contrariava o ritmo da minha. Quantas vezes tinha batido o coração dele até decidirmos sair dali? Não sei, perdi a conta assim que me perdera em pensamentos. 
- Temos de ir, Bells. - disse ele, dando-me um beijo na testa. 
Procurei com urgência a sua mão, apertando-a com força mal a agarrara. Ele acariciou-me a palma com movimentos circulares. Admirei-o fugazmente; vestia calças pretas levemente descaídas e uma t-shirt amarrotada que apanhara no armário. E, como habitualmente, o casaco de cabedal que eu tanto adorava. 
Entrámos no hospital - fiz questão de ser com o pé direito, literalmente - e dirigimo-nos à Oncologia. Retirei a senha, memorizando o número e esperámos na sala de espera. Vez ou outra reparei que rapazes e raparigas mais jovens que nós reconheciam o Zayn. Irritava-me, mas não disse nada. 
Alguns quartos de hora depois chegou a minha vez. Não tinha a certeza se Zayn queria acompanhar-me, mas também não fiz questão de perguntar. Limitei-me a arrastá-lo comigo para onde quer que me mandassem. A enfermeira que nos atendeu ao balcão registou a minha entrada e mandou aguardar mais uma vez, no entanto, noutra sala diferente, indicando o caminho. 
Não esperámos nem dez minutos; o doutor Peter chamou-me com um sorriso. Perguntei se Zayn podia acompanhar-me, e mesmo que me dissesse que não, teria exigido que tal fosse possível. 
Sentia-me quente. Mal entrara no hospital sentira-me quente. Estava aterrorizada, não sabia o que fazer nem qual a melhor reação para tudo o que estava a acontecer. Há dias que a vontade de chorar brotava dentro de mim, mas não estava sozinha um minuto. Parecia que de repente toda a gente me tratava como se eu fosse uma bonequinha frágil de porcelana ou cerâmica. E não tinha coragem de chorar à frente de Zayn ou Harry, ou qualquer um dos outros rapazes (muito menos deles). 
- Vamos começar por registar a primeira sessão. - declarou o doutor, depois de alguma troca de palavras. - Hoje é dia um de dezembro... 
Dia da Restauração da Independência de Portugal, murmurei em pensamentos. Enquanto o doutor Peter lamuriava para si mesmo, sentia os olhos de Zayn sobre mim, preocupado. 
O primeiro tratamento estava marcado já há alguns dias, como nunca tinha reparado de que dia se tratava? 
Ultimamente andava obcecada com coincidências e preocupada em justificar tudo o que não fosse normal na minha rotina. Habitualmente, tudo o que estivesse ligado ao cancro. 
Independência de Portugal? Oh deuses do céu, eu deixarei de ser independente por causa desta doença. Agora era tudo claro na minha cabeça, perderei toda essa liberdade portuguesa, tudo o que faço sozinha... 
A realidade pesou-me nos ombros. Começava a duvidar do que afinal poderia continuar a fazer sozinha. O tratamento custar-me-ia todas as forças e encontro-me a tentar adivinhar se ainda conseguirei cozinhar para Zayn. Provavelmente não. 
Olhei para ele, procurando conforto. 
- Podemos começar? - perguntou o médico. Assenti afirmativamente com a cabeça. 
Retirei a sweater que Zayn me dera para vestir naquela manhã e depois o soutien desportivo (aconselhado por Marie) e o doutor Peter analisou-me mais uma vez. 
- Este é o procedimento normal, prefiro verificar de novo o estágio do cancro. 
Levou-me até à sala onde nos esperava uma equipa de médicos e enfermeiros de Oncologia e técnicos especializados em radioterapia. Começaram por me explicar que tipo de radioterapia eu iria fazer e que processo é que levava. Acabei por me surpreender ao saber que não levaria pouco mais de meia hora. Explicaram que a forma de tratamento é a Radioterapia Externa, feita por um aparelho que eu achei um pouco intimidante. Explicaram também que decidiram realizar este tratamento antes da cirurgia para tentar algo mais radical e tentar definir se o cancro - que se encontrava já muito avançado - reduzir-se-ia. Eu rezava para que sim. 
Senti-me estranhamente confortável durante todo o processo. Quando me despi novamente na sala de Radioterapia, em frente a toda a equipa médica, ninguém me olhou com repugnância ou choque. Aliás, agiram com a mais natural das normalidades. Admito que isso me deu mais ânimo e vontade de fazer o tratamento. 
Foi muito rápido, quando dei por mim encontrava-me deitada na maca e com ordens de me manter imóvel durante a aplicação da radiação. Tinha grande parte do seio esquerdo pintado a vermelho. A técnica de radioterapia explicou-me que eu ficaria sozinha na sala, mas que seria observada por câmaras no lado externo. 
- Não se vai embora, certo? - perguntei, ansiosa. Pensei em Zayn e onde poderia ele estar. 
- Claro que não, minha querida - disse ela com uma voz suave. - Mas não podemos ficar aqui contigo por causa da radiação. É inofensivo para ti, mas não para nós - explicou - Agora preciso que fiques bem quieta, mantém a respiração regular e fecha os olhos. 
Sorriu-me durante dois segundos e saiu da sala. Só conseguia ouvir o barulho da máquina de radioterapia a trabalhar. Tentei respirar com calma, mas os meus próprios pensamentos traíram-me e rapidamente sentia o coração a pulsar no peito. Estava medrosa, completamente apavorada. Nunca me sentira tão sozinha quanto naquela sala, sozinha e prestes a desabar no choro.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

New Begginning - Capítulo 119



- Eu levo a Bella à radioterapia, não se preocupe Laura. – disse Harry para a minha mãe.
O tempo passou a uma velocidade descomunal, quando dei por mim a contar os minutos. Zayn voltava hoje da sua visita aos primos e aos tios de parte de Tricia, algures em Inglaterra. Ter apenas Harry e Liam a ajudar-me nos tratamentos tornou-se uma situação de egoísmo, a meu ver. É claro que sempre que eu vinha com a conversa de que odiava que eles gastassem energia, tempo e dinheiro comigo, Harry dava-me um tapa leve no queixo e resmungava. Tinham prometido a Zayn que tomavam conta de mim, mesmo sabendo que a minha mãe era a pessoa mais indicada para isso.
Nos últimos três meses a minha vida mudara drasticamente. Algum tempo depois da tarde com Violeta, a menina cega, e Margarida, a sua irmã, ia regularmente a consultas no hospital St Thomas, para que Peter (o médico) determinasse com mais certezas a gravidade da minha doença. Óbvio que era muito grave. Já me tinha mentalizado disso há algum tempo atrás. E arranjar maneira de contar à minha mãe e a Sam foi das coisas mais difíceis de planear.
Ainda me lembro de respirar fundo durante uns segundos, sentir o olhar pesado da minha mãe sobre mim e o semblante de Sam ao meu lado, aguardando. Para minutos mais tarde o terror se instalar na nossa casa e o futuro brilhante que me aguardava tornar-se apenas numa memória perdida. Todos os sonhos que sempre tive, toda a força e dinâmica que tinham vindo lentamente a brotar de mim, espezinhados pela maldição do meu pai. O rosto de Laura, afável e preocupado, rapidamente perdera todo o calor; e não aguentei fingir mais que não tinha medo.
Suspirei, recordando o dia mais triste da minha vida. O meu lábio tremia enquanto sustinha a respiração e ouvia Harry conduzir com facilidade. Liam não me largara a mão desde que tinha entrado no carro e, sinceramente, sentia-me mais segura. Sempre que Zayn se ausentava, era Liam que tomava conta de mim, responsabilizando-se com tudo o que um pai tem de ter em conta.
- Como te sentes hoje, Ferrera? – Perguntou Harry, abrandando a velocidade.
- Cansada, como sempre – resfoleguei.
O Dr. Peter preferiu que começasse por fazer radioterapia durante alguns meses, para saber como reagia o meu corpo aos tratamentos de radiação. Não estava impune aos efeitos secundários, mas preferia guardar para mim mesma os vómitos e as náuseas, bem como os hematomas que levava de Sam nas brincadeiras. E, definitivamente, não planeava contar a Zayn acerca do sangramento de nariz que tinha vindo a ser vítima nos últimos dias.
- Mais alguns efeitos secundários? – Questionou Liam, quase como se me lesse os pensamentos.
Cruzei os dedos, a mão livre escondida debaixo das minhas pernas.
- Felizmente, não.
Caminhámos até ao gabinete do Dr. Peter e, pelo caminho, fui cumprimentando as enfermeiras que já me conheciam como Bella Rosita – culpa de Niall. Antes de planear umas férias românticas com Marie, o loiro fizera questão de conversar com metade da equipa médica da Oncologia, certificando-se que eu seria a utente mais reconhecida daquela ala.
Nunca falhava um dia de tratamento. Nem mesmo quando me sentia à beira de adormecer na cama e só acordar dias depois. Lá no fundo desejava que aquele pesadelo acabasse o mais depressa possível, e, ingénua, acreditava que quanto mais os tratamentos avançassem, mais depressa eu podia viver normalmente. Porém, a minha consciência traía-me durante o caminho que percorria pelos corredores do hospital. À minha memória voltava sempre o primeiro dia de tratamentos com radioterapia.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

New Begginning - Capítulo 118


Encostámos as nossas testas e notei um sorriso de alívio no seu rosto.
- Ainda bem, porque eu amo-te.
As minhas mãos apoiaram-se na nuca de Zayn e concentrei-me ao máximo para conseguir memorizar a sensação. Atentei cada pormenor do seu rosto – enquanto ele estava distraído – assim sempre que fechasse os olhos recordá-lo-ia sereno e feliz comigo. E o seu aroma, o seu cheiro que me embriagava sempre que estava com ele, inalei-o vezes sem conta.
Não teria quaisquer desculpas em não me recordar de Zayn na sua mais pura essência.
- Desculpem interromper – ouvi Margarida pigarrear. – A Violeta adorava ouvir o Zayn cantar para ela.
A sua voz transbordava suavidade, mas eu notei uma pontada de azedume nela. O seu olhar passava de mim para Zayn, sempre com um sorriso amarelo.
Respirei fundo e afastei-me, puxando Zayn pela mão até Violeta que brincava com o capitão do clipper. Ela notou a nossa presença e virou-se na nossa direção. Os seus olhos, grandes e azuis, estavam irrequietos.
Sentámo-nos em roda, esperando por Zayn lançar a batida e cantar a música Little Things. Eu nunca lhe tinha dito, mas em certas noites, deitava-me na cama a ouvir repetidamente esta música, recordando todos os momentos com ele, fossem bons ou maus.
Your hand fits in mine like it’s made just for me, but bear this in mind it was meant to be, and I’m joining up the dots with the freckles on your cheeks and it all makes sense to me… - a voz de Zayn era baixa e gutural, mas bastante suave.
Ele pegou na minha mão enquanto cantava, encarou-me com um sorriso nos lábios e eu corei.
Violeta fechou os olhos, balançando para a frente e para trás, seguindo o ritmo da música. Margarida baixara a cabeça e notei-lhe um sorriso na cara, também. As duas irmãs começaram a cantar baixinho com Zayn; o som da água do rio Tamisa a ser rasgada era incomparavelmente bonito com as vozes dos três. A vontade de cantar também me contagiou, mas preferi continuar calada.
- I know you’ve never loved the sound of your voice on tape, you never want to know how much you weigh, you still have to squeeze into your jeans, but you’re perfect to me… - a voz de Zayn junto ao meu ouvido fez-me arrepiar da cabeça aos pés.
Suspirei demoradamente e fechei os olhos; o vento vinha do sul e incitava-me os cabelos a disfarçar a minha breve meditação.
A voz de Zayn era demasiado relaxante, fazendo-me voltar atrás no tempo até ao meu primeiro dia em Londres.
Seria assim tão louco dizer que, apesar do cancro e de todas as batalhas que terei, não trocaria isto pela minha vida pacata em Portugal? Tenho a noção que será difícil ultrapassar isto, que muitas vezes me irei sentir completamente em baixo. Ter apenas a minha mãe e o meu irmão comigo, numa cidade que ainda me é totalmente desconhecida é assustador, isso posso garantir. No entanto, sinto-me segura com o apoio dos rapazes e da Marie. Não vai ser fácil lidar com a luta, e muito menos com a perda do meu cabelo.

Num instinto, toquei nos fios de cabelo que se soltaram do meu rabo-de-cavalo e apreciei a textura. Perder toda a feminilidade que uma mulher tem começa a ficar difícil de aceitar.

domingo, 29 de setembro de 2013

New Begginning - Capítulo 117


Assim que referiu o que Rosa dissera de mim, olhou-me fixamente.
- Nós somos do Algarve, mais precisamente de Olhão. E tu?
Trinquei a língua distraidamente, antes de responder.
- Lisboa.
Reparei que me observava atentamente, como se eu fosse um prémio a adquirir. Aproximei-me de Zayn para envolver a sua mão na minha.
- Já podemos saber qual é a tua surpresa? – Sussurrei-lhe.
Fitou-me ao de leve, antes de olhar o rio e envolver os seus braços na minha cintura, depositando um pequeno beijo na clavícula.
- A nossa boleia está a chegar. – Sussurrou.
Um arrepio desceu pelo meu corpo ao sentir os seus lábios quentes, e antes que eu conseguisse perguntar quem nos vinha buscar, um barco à nossa frente fez um barulho ensurdecedor. Zayn sorriu e eu olhei na mesma direção que ele.
A minha boca abriu de espanto; um clipper de mais de seis metros de comprimento e oito de altura navegava pelo rio Tamisa à nossa frente. Tinha três mastros e as velas brancas, dominadas pela cordoalha, rugiam violentamente contra o vento. O veleiro era magnífico.
- Aquela é a nossa boleia? – Perguntei, a voz a falhar-me.
Zayn apertou-me mais e o seu coração acelerou.
- Gostas? Achei que irias gostar de passear pelo rio Tamisa.
Suspirei.
- Isto é magnífico, Zayn! – Disse Margarida. – Nunca vi um veleiro tão esplêndido quanto este.
Eu não queria exagerar, mas a presença dela incomodava-me. A surpresa tinha sido para mim, Zayn apenas a ajustara também para Violeta. Margarida não tinha o direito de elogiar Zayn como se ele tivesse preparado a surpresa para ela. Cerrei os dentes.
Estás com ciúmes.
- Não estou – resmunguei num murmúrio para mim mesma.
- Gostaste? – Perguntou Zayn.
Os seus olhos tinham um brilho que já me era familiar. Ele devia ter puxado alguns cordelinhos para conseguir o quer que acontecesse nas próximas horas. Sorri-lhe em resposta, antes mesmo de o veleiro atrancar no cais de Westminster, e um homem barrigudo e barbudo nos felicitasse com um sorriso.
- Ahoy, marujos!
Claro que não é nenhum pirata, apenas um ator a encarnar a personagem do Capitão Sparrow. Convidou-nos a subir até à ré, onde nos falou um breve resumo da constituição do veleiro. Margarida traduzia para Violeta, indo com ela até à proa e meio-navio e mostrar-lhe as amuras, as velas e a textura da própria madeira do veleiro.
Talvez a rapariga dos cabelos em fogo não fosse assim tão intragável. Talvez eu tenha feito suposições demasiado cedo.
- E agora iremos zarpar até Greenwich, escumalhas – falou num tom engraçado, fazendo-me dar uma risadinha.
Zayn não me largara um segundo, mas notei uma atenção especial nos movimentos que ele próprio fazia; os puxões contra o corpo dele que já era costume acontecer sempre que me apanhava desprevenida, eram mais lentos (se é que isso fosse possível), e quando me abraçava por trás, os seus braços nunca ficavam em redor do meu peito ou mais acima. A certa altura quase lhe suplicava para que não estivesse tão cuidadoso.
Mas eu gostava de todo o cuidado que tinha comigo. Fazia-me sentir protegida. Tendo em conta todo o stress que passámos esta manhã, esperava de mim uma reação mais histérica. Talvez atirar-me ao rio e nadar o mais longe possível, cansar os braços e o corpo enquanto me deixava flutuar rio acima ou rio abaixo, consoante a corrente. Porém, tinha a certeza que se não fosse o meu bad boy inglês, facilmente cairia em negação e, certamente, em depressão.
Por isso, não o afastava de mim, e muito menos reclamava de tanto carinho vindo da parte dele.
- Hoje estás especialmente carinhoso. – Comentei, semicerrando os olhos. – Diria até lamechas demais.
Dávamos voltas e voltas na proa, sempre de mão dada. Parámos junto ao leme do capitão Sparrow e ele sorriu-nos. Zayn envolveu, mais uma vez, os seus braços na minha cintura. Borboletas voaram no meu ventre quando o senti encostado a mim. Deu-me um beijo na testa enquanto me afagava a bochecha com a sua mão. Fez-me corar.
- Gosto quando te faço corar, apenas fazendo isto – voltou a acariciar-me a bochecha e sorriu, vendo o mesmo resultado.
- Às vezes nem noto, confesso. É algo natural.
Fechei os olhos e abracei-me a ele.
- Fizeste-me perceber que não podemos garantir o que acontece no futuro. Não podemos tomar o dia de amanhã como garantido, é sempre uma incógnita o que pode acontecer.
O sussurro de Zayn era trémulo. Abri os olhos, fixando a sua maçã-de-adão.
- Estás doente, temos que encarar essa realidade. Tens cancro, possivelmente em ambos os seios. Vais ser tratada, irei cuidar de ti enquanto fizeres quimioterapia e as operações.
A voz dele era dura e consistente. Ele falava a sério.
- Vais ficar bem, Isabela. Eu vou cuidar de ti.
Escondi a cara no seu peito quando senti o meu rosto inundado de lágrimas quentes. Apertei-o o quanto pude, precisava do seu calor e toque. A sensação de que o podia perder a qualquer momento assustava-me cada vez mais.
- Eu amo-te, Zayn.

(ps: ESTOU DE VOLTA! <3)

terça-feira, 25 de junho de 2013

Queridos/as Leitores/as,

Até Outubro/Novembro vou estar ausente. Lamento muito não vos ter avisado mais cedo, mas isto não tem sido fácil. Até há alguns meses o blogue era um refúgio para onde eu fugia todos os dias, e a fic New Begginning era um mundo onde eu entrava e escapava à realidade. Mas agora a minha vida está a endireitar-se aos poucos, e este verão eu pretendo viver a realidade, orientar-me e fixar objetivos para alcancar metas. Infelizmente tenho que "congelar" as minhas personagens; o meu enigmático zayn, a minha rebelde mas tímida bella, o meu louis apaixonado e todas as outras personagens que eu tanto amo (meu booboo a quem tenho de dar pausa nas brincadeiras da Era Dinosauria). Antes de desistir do curso de Turismo, o diretor do meu curso veio falar comigo quando a minha mãe o pôs ao ocorrente da minha situação (a depressão). Tivemos uma longa conversa, de professor para aluna, que me pôs a chorar. Falámos de livros, do meu sonho em triunfar na escrita, na minha paixão pela música e dos medos que eu não podia deixar que me arrastassem para a solidão. Mostrou-me três livros que tinha editado, contou-me a experiência que teve quando durante três meses não conseguiu escrever, simplesmente não tinha inspiração para continuar a dar rumos às personagens. "Elas gritavam o meu nome, estavam ali a suplicar que as pusesse em movimento. E eu cá fora, sem saber bem como o fazer. Mas tive que o fazer", disse-me ele. O mais certo seria eu seguir-lhe o exemplo, claro. Mas ele confortou-me depois de eu explicar que às vezes bloqueava. Percebi que preciso fazer as limpezas de primavera (apesar de chegar um pouco tarde), varrer tudo o que me atormenta (ou pelo menos a maior parte) e só então descobrir um final para a fic.
Adoro-vos imenso, nunca pensei ter tanto sucesso com esta fic. Durante toda esta viagem foram vocês que me moviam a escrever páginas no word numa noite para que no dia seguinte mais um capítulo fosse publicado. Devo mil e um favores à Diana Carvalho, à Lilly, à Joaninha (Ramos), e as todas, TODAS vocês que me têm apoiado. A cada novo elogio sinto um orgulho imenso em mim e consigo agradecer tudo, menos esses elogios que me fazem feliz; porque reconheço que o dizem de coração, percebo-o na vossa escrita. Não sabem o sorriso sincero que se forma no meu rosto sempre que vejo-vos a incentivar-me. Mas agora preciso descansar e revigorar-me para voltar em força. Perdoem-me qualquer coisa, perdoem-me toda esta espera.
A vossa,
Debbie Wade

quarta-feira, 29 de maio de 2013

wonderland's words

OBRIGADA! 
Amo-vos imenso, meus leitores. Vocês são tão fieis e tenho imenso orgulho em vocês, pois é incrível a paciência que têm tido :')

segunda-feira, 27 de maio de 2013

New Begginning - Capítulo 116


- És engraçada, Bella – disse ela entre risos curtos e que lembravam a gargalhada do meu irmão.
- Schh – pedi-lhe.
Depois virei-me para Zayn, e pisquei o olho.
- Oh, já me esquecia. Tenho que ligar a uma pessoa – disse ele, retirando do bolso das calças o iPhone.
- Quem?
- Não sejas curiosa, Bella. – Respondeu-me num tom abaixo e depois deu-me um beijo na testa. – Assim deixava de ser surpresa.
Depois afastou-se enquanto marcava um número. Sentei-me ao lado de Violeta, que brincava com o seu colar, uma chave presa num fio.
- O teu colar é muito bonito. Foi a tua mãe que te deu? – Perguntei.
Violeta olhava para o vazio e depois sorriu timidamente ao reconhecer a minha voz. Negou com a cabeça.
- Foi a minha irmã, Margarida. Ela diz que significa que apenas eu tenho a chave para o coração dela.
Sorri espontaneamente.
- Eu também tenho um irmão, mas é mais novo que tu.
Violeta virou o rosto na direção da minha voz, sorrindo de orelha a orelha.
- Como se chama? – Perguntou.
- Samuel. E tem três anos.
O seu risinho tímido foi abafado quando tapou a boca.
- É pequenino!
Ri-me guturalmente e toquei ao de leve no seu nariz. Violeta encolheu-se com o susto, continuando a rir-se.
Enquanto brincava com ela, para passar o tempo e mostrar que podia confiar em mim, não deixava de olhar discretamente para Zayn, a fim de matar a curiosidade. O espertalhão também estava atento a mim, então desviava o rosto sempre que respondia à pessoa que estava no outro lado. E eu não me importava muito, pois o sorriso malandro que impunha sempre que os nossos olhos se cruzavam, fazia o meu coração bater asas como um pequeno beija-flor.
Violeta puxou-me com força sem que eu me apercebesse, fazendo-me quase perder o equilíbrio.
- Bella, Bella! A minha irmã chegou! – Gritava e a sua voz soava a plena alegria.
- Estou aqui, minha flor – ouvi alguém dizer.
Segui a voz jovem (e um tanto grave), percebendo que uma rapariga albina sorria na nossa direção; os seus olhos verdes e bastante vivos estavam vidrados em Violeta. Uma coisa que não nos deixava passar por despercebido era o seu cabelo. Jurava tê-lo visto pegar fogo quando apanhou os raios de sol, mas pareceu uma idiotice. Era apenas um rasgão vermelho de caracóis flamejantes.
Atravessava a estrada sem se importar em verificar ambas as direções e correu até nós.
- Tu és a Bella?
Surpreendi-me com a pergunta repentina, sem sequer haver um cumprimento. Gaguejei um pouco.
- Hum, sim, prazer. És a Margarida, suponho.
Ela deu uma gargalhada que me fez arquear a sobrancelha.
- Sim, a irmã da Violeta. – Desviou o olhar para a irmã, baixando-se. – Como sabias que eu já estava perto, pirralha?
Violeta estendeu os braços, encostando os lábios no rosto da irmã e sussurrou algo que eu consegui ouvir entrelinhas.
- O vento trouxe-me o aroma Chloé. O teu preferido.
Afastei-me um pouco, aproximando-me de Zayn que despachava a pessoa do outro lado, logo que percebeu que Margarida já tinha chegado.
- Depois aviso-te quando estivermos a chegar. Obrigada, Gary.
Desligou a chamada, avançando para mim. A rapariga de cabelo ruivo olhou na nossa direção e pegou na mão de Violeta.
- Custa-me a acreditar que estou mesmo à frente do Zayn Malik – suspirou.
- E a mim custa-me a acreditar que vou ter de aturar uma fanática – murmurei entre dentes, mas Zayn ouviu e beliscou-me a bochecha.
- Habitua-te, minha Bells, pois haverão muitas – respondeu no mesmo tom.
Não percebi se Violeta ou Margarida tinham ouvido, mas esta última encarou-me seriamente durante dois segundos antes de disfarçar calorosamente com um sorriso de orelha a orelha.

- A minha mãe quando me chamou para vir tomar conta de Violeta contou que ela estaria com um membro da banda favorita dela e com uma portuguesa. – Intercalava o olhar entre Violeta e Zayn, e eu percebia que aqueles olhares que lhe lançava não eram de todo inocentes.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

New Begginning - Capítulo 115


(Pequena nota: Quero pedir desculpas, a todos vocês por serem as pessoas mais pacientes que eu conheço. Vou fazer os meus possíveis para em pouco tempo dar-vos sempre algo da New Begginning. Todas as mudanças que em breve se farão sentir na fic, espero surpreender-vos de maneira positiva. Love you all, Directioners! x)

- Zayn, aqui vou eu! – Gritou Violeta, largando os braços da mãe.
Rodou o corpo e ganhou velocidade num impulso para se colocar numa corrida frenética até à minha Direction.
- Agarra-a – ansiei.
Trinquei o lábio, vendo-o agarrar Violeta a tempo de ela não ir contra o banco de jardim. Depois relaxei um pouco, ao ouvir as gargalhadas de ambos. Rosa lançou um beijinho ao ar, aproveitando a deixa para apanhar o autocarro na paragem do outro lado da rua. Percebi que a minha mão agarrava a minha mala com força o suficiente para deixar os meus dedos brancos.
Era o apetite a crescer. Não pensei duas vezes e abri a bolsa, para tirar um cigarro. Amaldiçoei não conseguir encontrar o isqueiro, e de repente o cigarro foi-me tirado das mãos.
- Bella, o que estás a fazer? – Recriminou-me Zayn.
Partiu o cigarro em dois e deitou-o ao chão com mais força do que necessitava.
- Qual é a tua ideia? – Continuou.
Rangi os dentes, revirando os olhos.
- Não era preciso parti-lo em dois – resmunguei.
- Não? Bella, deves evitar fumar. Especialmente agora que estamos à espera das análises.
Violeta tinha-se sentado num banco a pouca distância de nós. Não sabia se conseguia ouvir a nossa conversa; e mesmo que conseguisse, o mais provável seria não entender do que falávamos.
- Não preciso de sermões, Zayn. – Suspirei, fixando o rio. – Eu evito se tu também assim o evitares.
- Enquanto estiver contigo.
- O que queres dizer com isso? – Olhei para ele.
Semicerrei os olhos. Já tinha percebido. Zayn iria continuar a fumar, mas não na minha presença. Um leve e enviesado sorriso embelezou o rosto dele, mas apenas por alguns segundos. Rosnei algumas palavras em português e ouvi Violeta rir desalmadamente.

domingo, 21 de abril de 2013

New Begginning - Capítulo 114 (editado)




- Olá Violeta – cumprimentou Zayn a pequena, num português arranhado.
Os olhos dela brilharam e estendeu uma mão para a frente, tentando chegar a Zayn. Aproximei-me um pouco mais, atenta e com o coração pesado. Zayn levantou a sua mão direita e pegou na mão da criança, entrelaçando os pequeninos dedos dela nos dele.
- Sou o Zayn Malik – disse por fim.
- Zayn! – guinchou Violeta.
Não evitei dar uma gargalhada, de alegria e de exaltação, pois quando aqueles braços franzinos se lançaram para a frente, Zayn não hesitou em abraçar com força Violeta.
E durante os quinze minutos seguintes, enquanto Zayn brincava com Violeta, eu tentava combinar um local e hora com Rosa, a mãe dela, para voltarem a Piccadilly.
- Venha connosco, vai ser divertido, Rosa – insisti mais uma vez.
A mãe de Violeta abanou a cabeça com um sorriso e voltou a olhar para mim depois de registar o meu contacto.
- Gostava muito, Bella, mas ainda tenho que falar com o oftalmologista da Letty. – Levou ambas as mãos à mala e retirou dela um frasco com um líquido transparente no seu interior. – É provável que ela sinta algum ardor nos olhos. Por favor, fica atenta se ela começa a piscar demasiadas vezes os olhos. Só é preciso duas gotas deste remédio em cada olho.
Sorri com sinceridade e Rosa entregou-me o pequeno frasco. Depois chamou Violeta que com uma audição extraordinária conseguiu seguir a voz da mãe e caminhou até ela, sem qualquer ajuda ou indicação. Zayn vinha atrás, num passo acelerado, pois a distância que os separava de nós ainda era de pelo menos dez passos.
- Vais ficar com a Bella e o Zayn, querida.
- Não ficas connosco? – Perguntou Violeta.
- Não posso, amor. Tenho que ir falar com o doutor John. Mas a mana vem já a caminho e daqui a algumas horas já estaremos juntas de novo, está bem? Tenho a certeza que te vais divertir.
Violeta sorriu, olhando para o vazio. Agarrou os braços da mãe, até encontrar o pescoço e rodeá-lo com os seus braços, num abraço forte e carinhoso. Zayn aproximou-se de mim e colocou um braço de volta da minha cintura, dando-me um beijo na testa, mas não larguei o olhar daquela cena entre a menina cega e a mãe.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

New Begginning - Capítulo 113


- Não quero que te esqueças desta tarde, minha bela. – Disse ele, pousando diversos beijos no meu rosto, arrastando os lábios doces pela minha pele arrepiada.
- Mesmo que quisesse não conseguiria esquecer. – Murmurei.
Quando abri os olhos, Zayn sorria-me. Depois olhou para o relógio de pulso e os seus olhos arregalaram-se.
- Meu deus, estamos atrasados!
Pegou na minha mão e puxou-me, numa corrida desenfreada até ao London Eye. Quando atravessámos tanto o Green Park como o St James, ele indicou o caminho e as pessoas olhavam-nos com curiosidade. Deduzi que fosse pelo facto de ele ser famoso (e talvez também por ter terminado a relação com Perrie há tão pouco tempo) e estar com uma rapariga mundana.
A certa altura tivemos que parar, tanto por iniciativa dele como minha; uma pequena, talvez de seis ou sete anos, gritara o nome de Zayn quando íamos de mão dada, no passeio junto ao rio Tamisa.
- Que idade tens, pequenina? – Perguntou Zayn, baixando-se para ficar ao mesmo nível que a menina.
Tinha o cabelo branco, o que chamava bastante a atenção, e o rosto coberto de sardas. Quando sorria, dava para perceber que perdera há pouco tempo um dentinho de leite. Não olhava diretamente para o nosso rosto e eu soube de imediato que era cega.
- Mamã! – Chamou em português.
Uma senhora de aspeto jovem que estava mesmo ao nosso lado não demorou a responder à filha.
- Estou aqui, Violeta.
Pegou nela ao colo e Zayn voltou a colocar-se de pé, olhando para mim. Piscou-me o olho.
- É de Portugal? – Perguntei à senhora. Olhou para mim durante dois segundos e depois olhou para Zayn de relance, voltando novamente a mim, com um sorriso amistoso.
- Sim. Estou de visita a alguns familiares que vivem na rua de Piccadilly.
- O Zayn? – Perguntou Violeta, ansiosa e a abanar o corpo, como se tentasse avistar algo.
- Eu vivo cá há pouco mais de três meses e conheci os One Direction no dia em que me mudei. A Violeta é fã?
- Sou! – Respondeu convictamente.
Dei uma gargalhada.
– Bom, Violeta…
Sabia que os planos do Zayn para esta tarde seriam uma espécie de visita exclusiva guiada por ele pela cidade de Londres. O caso tinha mudado de figura quando conheci Violeta. Aquela menina era tão querida e percebia-se ao longe o quanto orgulho ela tinha naqueles cinco rapazes desmiolados. Ia-me arrepender mais tarde se me fosse embora agora e não lhe tivesse dado mais a não ser uma fotografia com o Zayn.
- Eu sei que não me conheces, por isso passo a apresentar-me. Eu sou a Bella, uma amiga do Zayn e sou portuguesa. Vivo cá há três anos.
A esta altura do meu pequeno discurso, Violeta já quase tinha lágrimas nos olhos. Quando lhe disse que tinha um presente para lhe oferecer, quase que chorou. E eu também.
- O que se passa? – Perguntou Zayn.
Olhei à minha volta, para as pessoas ao meu redor; para outros turistas, para outros britânicos carregados de compras, ou simplesmente com o jornal na mão, para jovens como eu e o rapaz ao meu lado que se riam entre si sobre genuína piada dita. Depois olhei para a ponte, para a roda gigante, o Big Ben…
- Importas-te que a Violeta passe a tarde connosco? – Perguntei em voz baixa, trincando o lábio.
Sabia que não tinha que me inquietar, Zayn preocupava-se com os fãs dele, assim como o resto dos rapazes. E o sorriso de orelha a orelha que ele exibiu de imediato acabou por confirmar as certezas que eu já previa.

segunda-feira, 11 de março de 2013

New Begginning - Capítulo 112



Harry, olha para mim.
Quando ele se desencostou do pilar e se colocou à minha frente, ouvimos o carro de Zayn chegar. Olhámos na direção da entrada, e Zayn saiu do carro, dando a volta a este para entrar no jardim da casa de Harry.
- Hey – cumprimentou Zayn, mas eu continuava a fixar o moreno à minha frente. – Bella?
Alternei o olhar entre ambos, e engoli em seco.
- Amanhã falamos – falei para Harry. – Depois vem buscar-me ao trabalho e vamos jantar ao Nando’s ou algo assim.
Ele assentiu, com um sorriso a rasgar-lhe o rosto. Deu-me um abraço e eu dei-lhe um beijo na testa, exatamente como ele faz sempre que me vê.
- Ainda tens que me explicar como foi alguém capaz de oferecer trabalho a uma desmiolada como tu – troçou ele, fazendo-me tanto a mim como a Zayn rir.
Dei-lhe apenas um sorriso como resposta e segui Zayn até ao seu Lamborghini.
- Onde vamos? – Perguntei, depois de ele ter posto o carro a trabalhar. Sorriu-me matreiramente.
- Alguma vez entraste numa cabina do London Eye?
Neguei, num aceno de cabeça.
- Fico contente por a tua primeira vez ser comigo – comentou, colocando a primeira e o carro começou a andar.
- Isso querias tu – murmurei, não muito baixo, provocando-o.
Zayn deu uma gargalhada que me aqueceu o coração e eu relaxei um pouco, empurrando para o lado todas as preocupações que me atormentavam. Fui observando as casas, as pessoas e as lojas que passavam por nós a uma velocidade que me dava tempo para reparar em alguns detalhes que me punham ora a arquear a sobrancelha, ora a soltar uma risadinha.
Ainda assim, não demorámos muito tempo. Zayn estacionara o carro perto do Green Park e fomos em direção do mesmo, com calma no andar. A neve já não era uma constante, dando lugar ao piso molhado e escorregadio. Caminhámos em silêncio, olhei para ele e esbocei um sorriso. Zayn baixou o olhar para a minha mão e pegou-ma, entrelaçando os dedos.
- Nunca pensei que a minha vida desse uma volta tão grande – murmurei, reparando num pequenino pássaro que picava a neve, não muito longe dali. Voou com o movimento dos nossos pés a marchar.
Ficámos de novo em silêncio e quase que conseguíamos ouvir o vento, quieto. Zayn apertava-me levemente a mão, de tempos a tempos.
- O meu pai… Vocês… e agora o cancro.
- Os resultados ainda não saíram, Bella – apressou-se Zayn a falar. – Quanto muito é um quisto ou um tumor.
Zayn provavelmente tentava convencer-se mais a si próprio do que a mim. Olhei para ele e pareceu-me tão preocupado, tão concentrado em algo… tão belo, como sempre, claro.
De repente, olhou para mim, ansioso. Fez-me parar, no meio do parque, e levantar mais a cabeça para o conseguir olhar convenientemente. Pousou uma mão no meu rosto, acariciando-me. Um arrepio penoso percorreu-me a espinha medula, fazendo-me tremer os olhos e ele sorriu enviesadamente.
Cobriu-me o pescoço com as suas mãos frias, criando-me pele de galinha em todo o corpo. Aproximou o rosto, semicerrou os olhos e beijou-me lentamente.
Gemi com o seu sabor e o seu toque. Pela primeira vez pareceu-me um gesto natural, um beijo que não era amaldiçoado ou proibido. Mas sim algo puro.
Calmamente, envolvi os braços na sua cintura e pus-me em bicos de pé. Apertei com vagar o corpo dele; Zayn pegou no capuz do meu casaco e levantou-o para cobrir a minha cabeça. Dei uma risadinha a meio do beijo e não precisei de abrir os olhos para saber que ele também sorria. Conseguia senti-lo.