Achei curioso o facto de várias pessoas mais velhas o reconhecerem. É óbvio, Bella. Ele faz parte de uma das
bandas mais famosas do Planeta. Adorei quando uma menina, acompanhada pela
sua avó, sorriu quando viu Niall e quase lhe saltou para o colo. Niall
baixou-se e deu-lhe um abraço.
- Éss o Niall dos One Diection! – Guinchou ela. Niall
arregalou os seus olhos. Ela riu-se. E eu também não o consegui evitar.
- E como é que esta princesa à minha frente se chama? – Perguntou
ele.
- Kate.
Sentei-me num banco quando o autocarro retomou o seu percurso. Niall
sentou-se ao meu lado, com Kate no seu colo.
- Ora vamos tirar uma foto, o que achas? – Perguntou ele.
- Sim! – Festejou Kate.
Eu assistia a tudo, deleitada com aquela cena. Adorava que tal coisa
me acontecesse e adorava também poder pegar nas irmãs de Zayn ao colo e brincar
com elas.
Em Londres, tentei afastar-me ao máximo deles e de Gemma. Marie
acompanhava-me no passeio enquanto eles eram constantemente abordados. Claro
que ninguém nos ligava nenhuma, mas sempre que Zayn aproximava-se de mim e me
dava a mão ou me mimava com beijos na bochecha, dois ou três papparazzis seguiam-nos e, confesso,
ficava bastante aborrecida nessas alturas. Baixava o rosto, escondia-o com o
capuz.
Quando chegámos ao London Eye fui direta à bilheteira. Havia diversos
pacotes que ofereciam diversas experiências na roda. Eu, honestamente, não
sabia que existiam tantas experiências diferentes de andar numa cápsula três
vezes maior que o meu tamanho. Existia a experiência do cinema a 4D, pacotes de
guias turísticos – descartei logo esse – e outros pacotes especiais que
especificavam o “aluguer” da cápsula durante todo o dia. Óbvio que eram
caríssimos.
Optei pelo “Day and Night
Experience” que oferecia duas viagens – cada uma de trinta minutos –, uma
durante o dia (até às quatro da tarde) e outra para a noite. Eram 27£ e eu só
tinha 30£ na carteira.
Trinquei o lábio, olhando para o dinheiro que ainda tinha para
durante o dia.
No caminho para o centro de Londres ouvira Niall em chamada com
Harry. Estavam a combinar almoçarmos todos num dos restaurantes mais discretos
da cidade e eu previ que não teria dinheiro para a refeição. Mas de maneira
nenhuma eu ia pedir a algum deles dinheiro emprestado.
Fechei a carteira e coloquei-a de novo na mala. Virei o rosto na
direção de Marie que me observava. Sorri-lhe, cedendo-lhe passagem para comprar
o bilhete dela.
- Bom dia. “Day and Night Experience”, please.
Enquanto esperávamos pelos rapazes, fomos colocando a conversa em
dia. Estava à espera que o tema de conversa fosse o meu cancro, mas Marie nem
por um momento deixou que esse assunto viesse ao de cima. Era por isso que eu a
adorava. De alguma maneira, ela sabia que eu queria evitar o assunto ao máximo.
E durante o dia de hoje eu queria esquecer isso.
Meia hora depois a roda rodava com magnificiência, trazendo a cápsula
que Louis alugara. A multidão de pessoas à nossa volta tornava-se cada vez
maior; no que é que eu estava a pensar? Nunca poderia ter privacidade com Zayn
e os meus amigos. Cada vez mais
apareciam raparigas da minha idade que gritavam por eles e eu trincava com cada
vez mais força o lábio sempre que ouvia o nome Zayn. E não eram poucas as vezes
que eu ouvia o nome dele. Eram muitas. Uma atrás da outra chamava por ele.
- Acho que vou chamar o Paul, o segurança daqui não as vai aguentar –
disse Liam.
- Acho melhor, senão quem não as aguenta sou eu – resmunguei.
Encostei-me a Marie, achando por bem não me aproximar muitos deles. Tinha
um leve pressentimento que elas me arrancavam um pedaço de carne se eu por
ventura me aproximasse demasiado de Zayn.
Ele percebeu a minha intenção e, de alguma maneira, percebeu. Deixou-se
ficar junto a Liam, evitando o meu olhar.
- Tu habituas-te – disse Marie. Depois olhou para Niall, que
rapidamente lhe piscou o olho.
- Oh, por favor, a sério que tinhas de fazer isso? – Gritei, sendo a
minha única hipótese de me fazer ouvir depois dos gritos das fãs perante aquele
gesto.
O segurança do London Eye guiou-nos para dentro da cápsula e
rapidamente a roda se movimentou. Evitei olhar para baixo, não pelas vertigens,
mas para que não me vissem o rosto. Zayn aproximou-se de mim, acariciou-me as
maçãs do rosto, os meus lábios e o meu queixo. Guiou as suas mãos para o meu
pescoço, provocando-me um ligeiro calafrio, enquanto depositava um beijo na
minha testa.
Os gritos das fãs soaram mais alto.
- Começam a assustar-me – murmurei.
- Não te preocupes, a maioria é inofensiva.
- Pois – comentei – não é a maioria que me preocupa, sabes?
Ele riu um pouco.
- Temos trinta minutos, por isso relaxa. O Liam já chamou o Paul.