- Olha para mim – sussurrou perto do meu rosto.
Ele sabia que eu não resistia quando ele me pedia isso, ainda para
mais com a voz rouca e grave.
Não deixei de sorrir.
- Conheço-te muito bem, minha bela. Deixa-me ver-te.
Escondi o rosto.
Os lençóis estavam frios, Zayn aproximava lentamente os seus pés dos
meus. Traçou um rastilho nas minhas pernas, acariciando-me com os dedos dos
pés. Senti depois a sua mão sobre a minha cintura, criando cócegas que me
fizeram estremecer.
Empurrou-me ligeiramente, colocando-me de barriga para cima. Fechei
os olhos por alguns momentos, tentando recuperar-me do meu momento deprimente.
É um facto que ultimamente tenho ficado cada vez mais deprimida por causa da
porcaria do cancro; mas detestava permitir-me a mim mesma esse estado sempre
que estivesse com Zayn. Se ele é das pessoas mais importantes da minha vida –
se não mesmo A mais importante (tirando Sam) – e se sei perfeitamente o que ele
sente por mim, é ridículo continuar a insistir na tristeza.
- Quero que fiques quieta, podes fazê-lo? – Perguntou-me.
- O que vais fazer?
Ele sorriu, fazendo-me derreter com as covinhas que se formaram sobre
os lábios.
- Não me podes tocar – avisou.
- Ai.
Ele riu.
Afastou mais os lençóis do meu corpo; senti-me demasiado exposta, mas
continuei quieta e tentei não pensar demasiado que ele me via completamente
nua.
Saiu da cama e em dois passos chegou à secretária onde pegou em
vários amores-perfeitos, de várias cores. Como é que eu não reparei que estavam
ali? Voltou para o meu lado, deitando-se de frente para mim, apoiado no braço direito.
Virei a cara para ele e o meu coração acelerou quando nos olhámos mutuamente.
Cobriu o meu íntimo com três amores-perfeitos. Pegou em mais dois
pares, pousando-os em cima dos meus seios, cobrindo os mamilos (ainda
retesados). Passou o resto dos amores
pelo meu rosto; a sensação era boa e fresca.
- Fecha os olhos.
Grunhi um pouco, mas fiz o que me mandou.
Estiveramos assim mais de uma hora, provavelmente. Sozinhos e em
silêncio. Acho que estávamos ambos a precisar de um tempo exclusivamente para
nós. O estranho nisto é que acabou por ser algo extremamente íntimo e não só
apenas o sexo e a paixão. Foi algo mais, algo que até eu não sabia dizer bem o
que era. Zayn cantarolou para mim algumas melodias nesse tempo; enquanto eu
arfava pelo seu toque a percorrer o meu corpo. Eu não sabia muito sobre o
assunto, mas acho que toda a atenção dele sobre mim era relacionado com sexo
tântrico. Sim, acho que foi mesmo isso que aconteceu. Porém, eu não me
atreveria a perguntar-lhe. Já me bastara todo o embaraço causado no carro, à
vinda para a casa dele.
- Desculpa.
Zayn virou o rosto para mim. Estávamos deitados, dentro dos lençóis,
a ouvir The Script. Ele parou de cantarolar quando me ouviu.
- Pelo quê?
- Bem, não acabámos propriamente o que começámos. Antes... daquilo –
eu não era capaz de dizer em voz alta “Sexo Tântrico”, está bem? Ainda era um
pouco embaraçoso para mim.
Ele resfolegou.
- Não te preocupes, meu amor.
- Eu sei o quão é frustrante para vocês homens, Zayn.
Beijou-me na testa enquanto fazia carícias no fundo das minhas
costas. Guiou com calma a sua mão para o meu traseiro, esfregando-me uma das
nádegas.
- Hum... podemos sempre resolver isso, não achas?
Desmanchei-me
em gargalhadas. É claro que podíamos resolver o nosso pequenino problema.