quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 110



Menti, e temi que isso se percebesse.
Ele olhou para mim durante intermináveis segundos.
Ouvi passos de alguém a descer escadas e fixei o meu olhar no chão de pedra marfim; era Harry.
- Então meninos? Portaram-se bem ou nem por isso? – Perguntou ele e eu olhei-o, semicerrando os olhos.
Vislumbrei um sorriso trocista no seu rosto, mas continuei em silêncio. Em poucos passos, dirigi-me de novo ao tacho do arroz doce e peguei na colher que Louis movia em movimentos circulares e lentos. Ele olhou-me de relance e deixou-se ficar ao meu lado.
- Amanhã é a minha vez de te ter durante o dia – sussurrou-me ao ouvido, fazendo-me estremecer.
Depois afastou-se e eu vi-o a caminhar em direção à sala de estar. Passou por Harry, não lhe dirigindo a palavra, e este olhava para mim a comprimir os lábios num sorriso de palhaço.
- Vai haver confusão – cantarolou, rodando nos calcanhares na mesma direção que Louis.
Suspirei pesadamente e continuei a mexer o arroz doce, à espera de Anne. Aproximei o rosto do tacho e aspirei o ar com leveza. Faltava algo; então, atrevi-me a retirar uma colher da gaveta dos talheres e a experimentar o doce.
Estalei a língua, percebendo que faltava a canela. Em poucos segundos percorri a cozinha com o olhar e com as mãos, à procura de pauzinhos de canela, e quando os encontrei, apressei-me a continuar a mexer no tacho e a mergulhar por completo dois pauzinhos.
Pouco depois Anne aparecera com um sorriso radiante vestida com calças de ganga desbotadas e uma camisola verde simples. Trazia um fio preto que segurava uma cruz.
- Obrigada, querida – disse, estendendo a mão para eu lhe passar a colher e dar-lhe a vez de continuar a mexer o doce. – Podes ir ter com eles – disse-me com um sorriso.
- De certeza que não precisa mais de ajuda?
Anne deu uma risadinha.
- Não, Bella, se eu precisar chamo-te.
Assenti, com um acendo de cabeça e fui ter com Harry e Louis, cautelosamente.
A sala de estar da casa de Harry era confortavelmente espaçosa e agradável. O sofá era castanho e grande, dando lugar para mais de seis pessoas sentadas. Havia a poltrona, da mesma cor que o sofá, junto à janela que dava acesso à entrada principal da casa. Harry e Louis concentravam-se numa gravação do jogo do Manchester United contra outra equipa de futebol que não consegui reconhecer ser qual.
Aproximei-me lentamente do sofá e Harry olhou para mim.
- Senta-te – pediu, batendo palmas no lugar ao lado dele.
Trinquei o lábio e fiz o que me pediu, sempre vigiada pelos olhos ansiosos de Louis. Assisti o jogo, calada, sempre a remoer nos meus pensamentos. Tanto um como o outro entusiasmava-se com facilidade a ver um grupo de homens a passar uma bola de um lado para o outro. Louis era o que se irritava depressa.
Porque teria Harry o convidado para o almoço de família? Ainda não tivera tempo para pensar por que razão teria ele me convidado a mim, mas, honestamente, isso era a última coisa com que me teria de preocupar. Estaria Harry a testar-me? Ele sabia que ainda só o tinha visto a ele. Ele sabia que sentiria o coração apertado ao ver Louis pela primeira vez. Harry sabia que a minha ferida ainda não cicatrizara…
- Golo! – Gritou Louis com convicção e ânimo. Acompanhei o seu corpo, com o olhar, enquanto ele se levantava do sofá e celebrava a marcação da equipa do Manchester.
Lá no fundo, não conseguia aceitar o facto de que gostava dele também. Não me parecia certo ter sentimentos por duas pessoas ao mesmo tempo, ainda para mais quando se tratava de… Love.
Ouvimos a porta principal abrir e os três virámos a cabeça para saber quem chegara.
- Já aqui estamos, querida! – Disse uma voz masculina.
Uma rapariga alta (claro) e bastante bonita apareceu na sala e sorriu-nos com louvor.
- Finalmente chegaram – disse Harry. – Já estou a morrer de fome.
A rapariga ficou a olhar para mim durante um certo tempo e depois virou-se para Harry, dando-lhe um abraço. Cumprimentou Louis com um beijo na cara e voltou a olhar-me.
- É a Bella? – Perguntou, mais para Harry do que para mim.
- Sim, Gemma.
Outra figura – desta vez masculina – entrou na sala; esfregava as mãos com força, um sinal de que o frio instalara-se na rua para ficar. Louis voltou a sentar-se no sofá e às vezes olhava-me de relance.
- Olá Bella – cumprimentou-me Gemma e aproximou-se de mim –, sou a irmã do Harry.
- O-Olá – gaguejei. Era intimidante ver uma rapariga com quase o dobro do meu tamanho.
- E eu sou o Robin, padrasto do Harry – disse o homem com um sorriso, o que me acalmou um pouco os nervos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 109



O meu coração bateu mais pesada e sonoramente quando ouvi a voz dele. Olhei instintivamente na direção de Anne e vi Louis encostado à ombreira da porta. Tinha umas calças azuis com suspensórios e uma t-shirt branca. Trinquei o lábio.
- Olá, Louis – acabei por dizer, numa voz que me soou insegura.
- Querida, posso pedir-te um favor enorme? – Pediu Anne, fazendo-me desviar o olhar dos olhos azuis de Louis.
- Hum, c-claro Anne, diga.
- Eu tenho que ir trocar de roupa, mexes o arroz doce por mim até eu voltar?
Sorri-lhe, e aproximei-me do tacho. Peguei na colher e mexi no sentido dos ponteiros do relógio.
- Volto já.
Depois de Anne sair da cozinha, esta ficou silenciosa e eu não consegui atrever-me a certificar se Louis ainda lá estava ou não.
Os aromas que pairavam pela cozinha era uma mistura de especiarias desconhecidas ao meu olfato, mas não estranhei, visto que estava entre verdadeiros britânicos.
- Conheces o Fish and Ships? – Perguntou Louis ao meu ouvido, fazendo-me dar um salto com o susto.
- Hum, não.
Ele olhou para mim com um sorriso e apontou para a frigideira que apresentava vários panados de peixe frito.
- É algo que nós adoramos comer acompanhado com batatas fritas. E isto?
Apontou para uma travessa que apresentava fatias de carne minuciosamente cortadas de igual maneira, molhadas com um molho apelativo ao olhar.
- É o Turkey and Gravy. Penso que vais gostar.
Louis continuou com a sua explicação do que ia ser o almoço com a família de Harry e eu, atenta, tentava memorizar tudo o que conseguia. Laura iria adorar cozinhar Jack Potatoes para Sam.
- Oh não – resmunguei, percebendo que não estava mais a mexer o arroz doce.
Ele riu do meu nervosismo e pegou-me na mão que segurava a colher de pau. Mexeu o arroz doce, comigo, e colocou-se atrás de mim.
- Não está assim tão mau – comentou, fazendo-me ter calafrios na pele do pescoço devido à sua respiração.
- Dizes isso para que eu não me sinta mal.
Ele não respondeu logo; em vez disso, com a mão livre pegou-me na esquerda, para passar a colher de pau de uma para a outra. Trinquei o lábio.
- Alguma vez tive que te mentir para não te sentires mal?
- Não, muito pelo contrário. Deixaste de me falar para que não tivesses de aguentar com o facto de que Zayn também não me é indiferente.
Larguei a colher e afastei-me dele, consumida pelo orgulho. Já não me importava se o arroz pegava ao fundo da panela. Tinha que me afastar de Louis para não me sentir tentada a dar-lhe um valente estalo.
Sentei-me numa cadeira e apoiei as mãos na mesa de jantar da cozinha.
- Por não conseguir aguentar com esse facto é que tive de o fazer, Bella – disse ele, mexendo com calma o arroz doce.
- Podiam ter arranjado uma solução melhor, Louis. Uma solução que não me afetasse e que não colocasse o fim da banda em perigo.
Ele não respondeu.
- Em vez disso, decidiram colocar-me de lado nas vossas vidas, tal e qual como se eu tivesse sido apenas mais uma rapariga que tinham conhecido. Uma rapariga que sentia algo pelos famosos Louis Tomlinson e Zayn Malik, tal e qual como as outras pelo mundo fora.
Louis, de repente, colocou-se à minha frente.
- Sim, Bella, tu és exatamente como todas as nossas fãs. Exatamente como as mais de cinquenta milhões de raparigas que nos acham prediletos.
Arqueei a sobrancelha, não sabendo se ele falava com ironia ou com seriedade.
- Não é fácil saber que não sou o único em quem tu pensas – Louis falava com os dentes semicerrados. – Para piorar, saber que a pessoa com quem partilho o teu coração é o Zayn.
- Eu não amo ninguém, Louis. Ninguém. Nem tu, nem Zayn. 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 108


Admito que o medo assolou-me a certa altura. Nunca pensei ter caminhado pelos corredores do hospital de Lambeth para ir fazer uma mamografia. Não com a minha idade atual. Não com Zayn a meu lado. Porque não podia isto ser apenas alguns exames de rotina? Porquê eu?
- Agora quero que a menina Isabela tire a camisola, por favor – pediu-me a enfermeira, despertando-me dos meus pensamentos.
Estávamos numa sala com cores alegres e uma máquina maior que eu, branca. Era suposto as paredes vermelhas e o teto amarelo darem-me força para pensar que nos resultados não iria mostrar nada? Se sim, bem, não conseguiram. A única coisa em que pensei foi que no final disto tudo acabaria por ficar só com um seio e careca.
Quando tirei a camisola e desapertei o soutien, fixou-me o peito durante um segundo, mas não comentou nada.
- Vou ajustar a máquina à sua altura para conseguir colocar um dos seios sobre esta placa – apontou para uma placa transparente que estava ao nível do meu rosto, mas que depressa começava a vê-la a aproximar-se do nível do meu peito. – E depois o outro.
Sorriu-me com amabilidade e eu retribuí.
- Enquanto a máquina tirar o raio-X, não se mexa – advertiu-me quando percebeu que as minhas mãos tremiam.
Zayn esperava lá fora e eu só desejava que ele estivesse ali comigo. Trinquei o lábio e fechei os olhos, sobrepondo os meus pensamentos ao barulho que a máquina fazia ao tirar o raio-X. Pensei em Zayn. Pensei na noite que tivera com ele.
Depois as minhas sobrancelhas arquearam-se involuntariamente quando uma imagem de Louis apareceu algures na minha mente.
- Agora falta o seio esquerdo – ouvi a voz da enfermeira, fazendo-me abrir os olhos.
Colocou o meu seio sobre a placa transparente e utilizou a cobertura plástica para achatar o peito contra a placa, tal e qual como fez com o direito. Porém, aquilo dava-me dores de cortar o fôlego.
Quando a radiografia acabou, apressei-me a ir ter com Zayn.
- Já está? – Perguntou, rodeando-me com os seus braços.
- Penso que sim.
Esperei pela enfermeira e esta disse-nos que me ligavam quando os resultados saíssem. Durante algum tempo ficou a olhar para o meu rosto… como se se sentisse solidária.
- Estou a torcer para que seja só um susto – acabou por dizer e depois voltou para a sala da máquina de raio-X.
Nós saímos rapidamente do hospital, tentando esquecer o que acontecera durante a manhã. Eram onze e dez, o que me fez lembrar o almoço em casa de Harry.
Zayn disse que ainda tínhamos tempo.
- Depois ligo-lhe a dizer que te levo lá. Não te preocupes – sussurrou-me com uma carícia na maçã do rosto, fechados dentro do carro.
O rio Tamisa à nossa frente era calmo e pacífico.
Durante algum tempo o silêncio deixou-se ficar, com apenas alguns indícios do som de gaivotas lá ao longe perto do cais. Zayn levava comigo no seu colo, deixando-me tocar na sua barba e enroscar-me nele tanto quanto possível. Por sua vez, ele dava-me doces beijos no cimo da minha testa e brincava com a minha mão, junto aos nossos peitos.
- Achas que irei ficar careca durante as quimioterapias?
A minha voz estava trémula. Zayn respirou fundo.
- Os resultados vão apontar que está tudo bem contigo – respondeu num murmúrio forte.
- Mas não está, Zayn. O médico, ele próprio, disse que na melhor das hipóteses eu teria um tumor. – Baixei o tom de voz. – Isso não é estar tudo bem…
Denotei algum tremor na sua garganta e ele puxou-me mais contra si, esmagando-me no seu peito. Depois enlacei os braços no seu pescoço, sentindo as lágrimas caírem dos meus olhos. Coincidência, a primeira lágrima fez as graças pelo meu olho esquerdo.
- Não chores – pediu-me, quase inaudivelmente.
- Também estás a chorar, seu parvo.
- Eu sou eu, tu és tu.
Depois de dizer aquilo, pegou-me no rosto e virou-me de frente para ele. Os seus olhos estavam vermelhos à volta da íris castanha e a testa franzia em rugas pregadas com propósitos. Os seus lábios, molhados pelas lágrimas, inchavam visivelmente.
- Tu não tens nada, Bella – murmurou a custo. – Tu és saudável. Tu és saudável.
Encostámos as testas uma na outra e fechámos os olhos. Limpei-lhe as lágrimas, sabendo que a imagem de durão que Zayn transmitia para a imprensa não era compatível com a verdadeira pessoa que ele era.
Empurrou a minha testa para trás e eu abri os olhos. Ele olhava-me, piscando algumas vezes os olhos.
- Não vou deixar que percas vontade de fazer o teu dia-a-dia. Aliás, vou agora deixar-te em Holmes Chapel – ajudou-me a voltar a sentar-me no meu banco, fazendo uma pausa para colocar o cinto. – Mas depois vou buscar-te. Mete o cinto, Bella.
Era impressão minha ou Zayn parecia-me um pouco ansioso? Do lado positivo, claro.
- Vais-me levar onde? – Perguntei, curiosa.
- Isso – aproximou-se de mim e pousou os lábios nos meus – é surpresa, Bells. Mete o cinto.
Zayn pôs o carro em marcha, mal ouviu o clique do cinto a trancar. Agarrei-me ao banco como prevenção devido à velocidade a que ele ia.
- Acho que hoje ainda não é a minha hora, Zayn. Não vás tão depressa – pedi-lhe, sentindo o coração na garganta seca.
Olhou para mim furtivamente, exibindo o seu sorriso maroto.
- Contigo é sempre a crescer, meu amor.
Trinquei o lábio, percebendo a segunda intenção no que ele dissera.
Quando chegámos a casa do Hazza – dez minutos e cinquenta e nove segundos depois, segundo o meu relógio – Zayn ligou-lhe.
- Estamos aqui fora, mano.
Pouco depois, vimos Harry a subir a encosta que dava acesso à garagem de sua casa, ainda de calças do pijama e tronco nu, e com os canudos do seu cabelo todos emaranhados.
- Não era suposto eu vir almoçar com a tua família? – Perguntei, num tom trocista.
Ele chegou perto de nós e abriu-nos os portões, para entrarmos. Cumprimentou Zayn com um encoste de ombro e um abraço e depois deu-me outro a mim, seguido de um beijo na testa.
- E vens almoçar com a minha família – confirmou a sorrir. – Mas eles só chegam por volta da uma da tarde. Queres entrar, Zayn?
- Não é preciso, Hazza. Eu ainda tenho que tratar de algumas coisas. Quando a Bella estiver despachada avisa-me.
Recuou alguns passos, sorrindo-me.
- O que andas a tramar, Zayn? – Perguntei, cruzando os braços ao peito com cuidado.
Era certo que agora que desconfiava do cancro – com algumas certezas –, que o meu corpo estava muito mais sensível ao toque.
- Surpresa é surpresa, Bells.
Piscou o olho antes de entrar no carro, liga-lo e sair dali entre uma nuvem de fumo e um conjunto de sons que faziam lembrar um animal em fúria.
- Bom – disse Harry, despertando a minha atenção para ele – é melhor entrarmos, pois começa a ficar frio. E eu estou de pijama.
Dei uma gargalhada, revirando os olhos. Ele colocou um braço em volta do meu pescoço e eu coloquei o meu em volta da cintura dele. Entrámos em sua casa, pela porta das traseiras da cozinha, onde estava a sua mãe a cozinhar. Olhou na nossa direção e um sorriso surgiu na sua face.
- Já chegaste, Bella! – Proclamou numa voz entusiástica.
Limpou as mãos a um pano antes de me vir dar dois beijinhos no rosto e um abraço; que com a força com que foi dado, me fez silvar discretamente.
- Harry, vai-te vestir homem, temos visitas e tu ainda assim. – Advertiu Anne e ele apressou-se a desaparecer em direção ao quarto.
- Oh, não tem mal ele estar assim à minha frente – falei com uma gargalhada.
- Eu sei querida, e o Louis também já está habituado. Mas o Harry abusa.
A minha audição perdeu-se quando Anne disse o nome dele. Engoli em seco.
- O Louis está aqui? – Sussurrei.
Anne olhou para o outro lado da cozinha.
- Olá, Bella.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 107


- Explique porquê, menina Isabela – pediu calmamente.
Durante alguns segundos olhei para as minhas pernas, pensando em tudo o que evitara desde a minha vida em Portugal.
As inflamações.
A tosse persistente pouco antes de adormecer.
As hemorragias…
- Há pouco mais de seis meses tenho vindo a reparar nalguns indícios de possivelmente ter vindo a criar um tumor na mama.
Zayn parecia estático ao meu lado. Reparei pelo canto do olho que a sua perna tremia e por consequente era a única parte do seu corpo que se mexia.
- Está a viver em Lambeth há quanto tempo?
- Faz três meses agora em novembro.
- Hum…
Estendi discretamente a minha mão esquerda para o vazio entre as pernas de Zayn e ele observou-a durante dois segundos. Entrelaçou os dedos lentamente nos meus e fixou-me.
- Alguma parente sua de gerações anteriores teve cancro da mama? – Perguntou de repente, fazendo-me levantar a cabeça.
- Ahm, não. Que eu saiba não.
O médico assentiu mais uma vez, enquanto anotava todas as informações. Depois olhou para a mesa, à procura de algo. Zayn e eu esperávamos, em silêncio.
- Bom, menina Isabela sente-se na maca.
Zayn inclinou a cabeça na direção da maca, enquanto eu me sentava, apreensiva. O médico – que por sinal se chama Peter – arrastou a cadeira para a minha frente e sentou-se nela.
- Levante a camisa e o soutien – ordenou.
Zayn endireitou as costas de repente e eu senti-me alarmada. Ninguém podia ver o meu peito.
Cruzei os braços, trincando o lábio. Pousava os olhos em diversos pontos da bata branca do doutor Peter, esperando que ele dissesse que não seria preciso analisar-me o peito.
- Isabela, terei que analisar o seu peito para conseguir saber se tem cancro ou não – advertiu, como se me tivesse lido os pensamentos.
Quis olhar para Zayn; quis olhar para ele e perceber pela sua expressão do rosto que não havia problemas em expor o peito a outro alguém, a outro alguém especializado em medicina. Mas não tive coragem de despregar o olhar da identificação do médico, matutando profundamente no assunto.
Calma Bella, isto não pode durar para sempre, disse a minha vozinha interior solidária.
Não faria mal nenhum explicar o estado dos meus seios. O que acontecera tinha acabado. De vez.
Respirei fundo e olhei para os olhos do doutor Peter. Levantei a minha camisola cinzenta e o soutien preto, à medida que explicava o que me acontecera na infância. Achei desnecessário contar pormenores acerca da história sucinta. O médico começara por me apalpar a zona das axilas e a parte superior do tronco, à procura de algum nódulo ou alguma alteração visível na pele – mesmo após eu dizer que tinha sentido o caroço no seio esquerdo. No momento em que eu explicava as protuberâncias que eu sentira no seio esquerdo, há seis meses atrás, ele apalpou-me no sítio exato onde eu sentia o caroço.
- Ai! – proferi involuntariamente.
O doutor Peter estacou na cadeira e olhou para mim. Depois voltou a apalpar o seio na mesma zona e eu voltei a queixar-me.
Olhei, pelo canto do olho, para Zayn que cerrara os dentes com força. Aquilo incomodava-o.
- Quero que a menina faça uma mamografia ainda hoje. – Pediu o médico, afastando-se.
Baixei a camisola e levantei-me para me voltar a sentar na cadeira, ao lado de Zayn. Ele apressou-se a agarrar-me na mão e a chegar-se mais para o meu lado. Não evitei expressar um pequeno sorriso.
- Há três hipóteses, menina Isabela – disse-me o doutor, olhando seriamente para mim. – Ou tem um tumor benigno ou um quisto, que não trazem quaisquer riscos malignos, ou então, tem realmente um cancro na mama.
O meu lábio inferior tremia, e eu sabia porquê.
- A menina é muito nova, e não é comum jovens mulheres como você desenvolverem um cancro. No entanto, eu próprio vi o estado dos seus seios e posso garantir que as queimaduras deverão ser a causa para o pressuposto cancro.
Talvez eu apenas tivesse um tumor ou um quisto. Nada que não fosse tão grave quanto eu pensava.
- Quando sai o resultado da mamografia? – Perguntei, distraindo-me da ansiedade que se começava a criar no meu peito.
- Entre cinco a oito dias.
- Não se pode saber em menos tempo? – Zayn falou pela primeira vez, numa voz grave, rouca e, no entanto, serena.
O médico Peter juntou as mãos e virou-se para ele.
- Em alguns casos urgentes poderá vir a saber-se em pouco mais de dois ou três dias.
- E isto não é um caso urgente?
O consultório ficou silencioso por alguns momentos, deixando-me também a mim a pensar se o meu caso era urgente de se saber se ganhara cancro da mama.
- Você mesmo disse que não é comum na idade dela se desenvolver um cancro da mama – Zayn continuou a atacar. – A meu ver, quanto mais rápido se souber, melhor.
O doutor Peter assentiu, pouco depois. Fez mais algumas anotações e acompanhou-nos, a mim e a Zayn, até à receção. A senhora por detrás do balcão era ruiva e, decerto, quarentona.
- Stella, marca uma mamografia urgente para a senhora Isabela. Ela que seja atendida o quanto antes e certifica-te que os resultados serão os primeiros a sair.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 106


- Desaparece, daqui a pouco a minha mãe acorda e depois quero ver! – Reclamei baixinho, à porta de casa.
Zayn não me largava a cintura, colocando persistentemente beijos no cimo da minha cabeça. Os meus braços criavam barreiras laterais ao seu pescoço, enquanto as minhas mãos brincavam com os cabelos dele perto da nuca. Um sorriso tolo embelezava a sua face.
- Depois ela descobre que a sua linda filha foi raptada por um cantor famoso, levada para uma ilha no meio do oceano pacífico. – Aproximou os lábios do meu lóbulo da orelha e sussurrou: - Sem roupa ou qualquer outra coisa com que se pudesse tapar.
Estremeci de prazer, imaginando como seria viver com ele vinte e quatro horas por dia, numa ilha deserta. Pareceu-me uma ideia estupenda, sem sarcasmos ou ironias.
Zayn abraçou-me com força e eu senti uma dor aguda no peito, nos seios. Silvei de dor e ele largou-me de imediato.
- Estás bem? – Perguntou com preocupação.
Olhei para ele, torcendo o nariz. Massajei os seios e estranhei ao sentir um caroço, no seio esquerdo.
- Que se passa? – Insistiu ele.
Abanei a cabeça negativamente.
- Estranho – comentei em voz alta. – Estou a sentir um caroço no seio e não acho que seja normal.
Como não tinha notado nada antes?
- Podes levar-me ao hospital? – Perguntei, olhando subitamente para ele. Tem de ser, é a única explicação para tudo o que tem acontecido.
 - Bella, não me assustes. O que se passa?
Os seus olhos estavam mais esbugalhados que o normal e eu mordi o lábio.
Sabia que podia confiar nele, mas se nem mesmo eu tinha certezas, porquê preocupá-lo? Porquê metê-lo tão ou mais nervoso que eu?
- Zayn, quando lá chegarmos explico tudo. Levas-me?
Ele observou-me durante algum tempo e depois assentiu. Subi as escadas em passo rápido e tomei banho em dez minutos. Assim que me encontrei despachada, peguei na mala e desci as escadas, dirigindo-me à cozinha.
«Mãe, saí com o Zayn. Não sei quando volto, mas não te preocupes. Qualquer coisa liga-me. Bella»
Coloquei o cinto de segurança, mal Zayn pusera o carro a trabalhar. Não falámos nada durante o caminho todo, mas sentia os olhos dele constantemente pousados no meu rosto como se conseguisse adivinhar no que os meus pensamentos roíam.
E se o que eu tivesse previsto estava para acontecer? Seria possível? Seria possível acontecer na minha idade?
- Chegámos – disse Zayn.
Subimos, lado a lado, as escadas imaculadas do hospital St Thomas, em Lambeth. Marquei uma consulta de urgência na receção; ainda teria que esperar algum tempo, mas não me preocupei muito. Zayn estava comigo.
- E já começas a dar nas vistas… - comentei em voz alta na sala de espera, revirando os olhos.
- Hum?
Olhei seriamente para a outra ponta da sala e Zayn seguiu-me o olhar, encontrando um grupo de quatro amigas. Segredavam qualquer coisa, bastante animadas e interessadas em observar Zayn dos pés à cabeça. Ele olhou-as por um segundo sem qualquer interesse. Voltou a olhar para mim.
- É sempre assim, na maior parte dos casos.
Estalei a língua, mudando de postura na cadeira.
- A verdade é que eu acho que vocês até gostam – respondi, olhando para as notícias em direto na televisão. Pelo canto do olho, consegui ver que ele semicerrava os olhos e escondi um sorriso.
- Se calhar até gosto, sim.
Inclinei levemente a cabeça na sua direção, sabendo que as palavras dele apenas serviam para me provocar.
- Nunca te cansas de ser sempre o alvo das atenções? – Perguntei de repente.
Ele suspirou, lançando o olhar na direção de onde eu anteriormente tinha colocado o meu; nas notícias sobre a nova tour dos One Direction.
- Às vezes. Admito que é realmente cansativo não poder passear por um parque sem me preocupar com os meus ouvidos ou a minha pele – piscou-me o olho. – Mas isso faz parte da vida de alguém querer influenciar outros.
- Estás a falar da tua música – afirmei.
Ele assentiu com um movimento positivo da cabeça.
- Menina Isabela? – Chamou uma enfermeira à porta da sala.
- Sou eu – respondi, levantando-me da cadeira com Zayn logo atrás de mim.
- Siga-me, por favor.
Antes de sair da sala de espera, consegui ver que uma das raparigas tinha-se afastado das outras, que tinha avançado até ao lugar onde Zayn estava sentado. As suas mãos seguravam um pequeno papel e uma caneta branca. O meu olhar encontrou o dela, segundos antes de a deixar de ver.
Senti os braços de Zayn a envolverem-me a cintura, transmitindo-me segurança para o que pudesse vir atormentar-nos no futuro. Esbocei um pequeno sorriso antes da enfermeira se virar para nós e indicar-nos passe verde para entrar no consultório.
- Faça favor, menina Isabela – disse o médico.
Entrei no pequeno consultório, sentando-me na primeira cadeira à minha frente. Zayn fechou a porta atrás de si e sentou-se, logo de seguida, na cadeira ao lado da minha. Agarrou-me na mão e esperou.
- O que a fez marcar uma consulta de urgência, menina Isabela? Na ficha que tenho aqui, diz que é portuguesa e que só há pouco tempo conseguiu tratar dos papéis do seguro de saúde, é correto?
- Sim, senhor doutor – confirmei com um sorriso fechado.
- Diga-me o que se passa.
Trinquei o lábio e olhei para Zayn.
O olhar dele dizia que esperava pelo que eu não lhe dissera à frente de minha casa.
Não tinha ali a minha mãe ou o meu pai para falarem por mim. Portanto, era só eu. Apenas eu, com o Zayn Malik ao meu lado a apertar a minha mão com suavidade. Tinha que falar.
- Doutor, eu penso ter cancro da mama.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 105


ATENÇÃO! O próximo capítulo contém cenas para maiores de 18 anos. Se ficas incomodada/o com descrições demasiado íntimas, espera pelo capítulo 106.
Yours, Debbie J. Wade xx


No segundo seguinte, fui preenchida por ele e por novas sensações que desconhecia. Gemi ao fechar os olhos, apoiando-me nas suas costas. Começou o vai e vem que fazia crescer lentamente o meu orgasmo. Nesse momento não tive mais vergonha nenhuma e deixei-me levar, deixei que ele me possuísse da maneira que bem entendesse. O seu ventre estava quente, demasiado quente para a temperatura do meu corpo. Zayn olhava fixamente para mim e eu sorri-lhe timidamente antes de baixar a cabeça para o seu pescoço e mordê-lo.
Gemeu de prazer e continuou, desta vez mais depressa. Os nossos corpos vibraram, prontos para a libertação. Porém, para profundo desânimo, ele abrandou.
- Não penses que isto acaba aqui – murmurou-me ao ouvido e chupou-me o lóbulo da orelha, proporcionando-me um prazer extraordinário.
Desceu o rosto pelo meu corpo. Oh não.
- Zayn – arfei.
Ele riu sombriamente.
- Não faças, Zayn – supliquei-lhe.
Mas ele não me deu ouvidos e fez um percurso de mordidelas até ao meu ventre molhado. Aquilo era o meu ponto fraco; senti a sua língua dentro de mim, em círculos como os ponteiros do relógio e quase gritei. Tapei a boca com uma mão e respirei fundo. Mas Zayn não desistia e continuou a lamber-me. De súbito senti dois dedos dentro de mim e o ar foi-me retirado. Rolei os olhos devido à mestria dele em colocar-me em profunda agonia de prazer. Sentia perder as forças, rendendo-me à vontade de derreter à frente dele. Quando atingi o orgasmo, gemi tão alto que mais pareceu um grito.
Arqueei as costas, e ele colocou uma mão sobre o meu traseiro, empurrando-me mais para a sua boca. Olhei para baixo e Zayn olhou-me com deleite. Não tinha fôlego para o chamar, então levantei vagarosamente um dedo e ele veio, como uma cobra que deslizava sobre o meu corpo.
Senti uma estocada prazerosa e silvei. Seguiram-se mais, as quais eu tinha perdido a conta, mas desta vez ele penetrava-me com mais força, com mais rapidez.
- Diz, Bella – murmurou ao meu ouvido. Deu-me um beijo terno no rosto antes de encostar a testa à minha. – Diz.
A princípio não percebi o que ele me pedia, de tão concentrada que estava no prazer. Mas depois fiz a conexão e sabia o que ele me pedia. Tentei falar, mas a voz desaparecera, bem como a vergonha toda de me expor a ele. Olhei para os seus olhos enquanto ele me beijava no queixo; algo que eu achei carinhoso.
- Amo-te – sussurrei inaudivelmente.
Tentei aclarar a voz, mas ele dificultava a tarefa. Só conseguia gemer de prazer.
- Amo-te – repeti, num sussurro que ele percebeu ser algo.
- Diz – pediu de novo.
Envolveu um braço pelas minhas costas e empurrou-me contra ele, levantando o peso dos nossos corpos. Fiquei sentada em cima dele, num encaixe perfeito como duas peças de um pequeno puzzle.
Zayn beijou-me de novo e eu inalei o seu perfume, sentindo-me embriagada pela mistura do prazer carnal e do sabor do seu corpo. Erguia-me para cima e para baixo, num curso contínuo que fazia aproximar a minha segunda libertação e a primeira dele.
Aumentou a velocidade fazendo-me gemer enquanto trincava com força o lábio. Aproximei o rosto do seu pescoço e mordi-o, fazendo-o dar um silvo de prazer.
- Zayn – murmurei ao sentir-me a vir.
Ele afastou o rosto do meu e ambos tínhamos os olhos entreabertos, prestes na união. E assim continuou, os seus olhos castanhos a prenderem o meu olhar como se não me quisesse deixar fugir. E eu senti, senti estar perto mais uma vez de perder o equilíbrio e as forças.
- Amo-te – falei repentinamente numa voz débil e fraca. – Eu amo-te, Zayn.
Ele sorriu, como se estivesse aliviado por eu finalmente dizê-lo. Então, para finalizar, abrandou a velocidade com que me penetrava, mas aumentou a força com que o fazia. Metendo-me assim cada vez mais próxima de ter espasmos violentos.
- Vem-te, Bella – ordenou.
Agarrei-me às suas costas, arranhando-as de baixo para cima. Zayn rosnou, apertando-me mais a cintura. Solucei algumas vezes, vim-me e ele juntou-se a mim, num misto de gemidos e suor. Caiu para trás, levando-me com ele. Pousei o rosto no seu peito, ofegante e cansada. O coração dele estava acelerado.
Senti uma mão a acariciar-me a maçã do rosto e sorri tenuemente no silêncio. Prestei círculos pequenos no seu peito, com o dedo, lentamente. A respiração dele estabilizou. Perdi a noção do tempo, deitada em cima dele e ainda a senti-lo dentro de mim, viril. Era de louvar.
- Bells? – Chamou-me baixinho.
- Ainda aqui estou – dei uma risadinha e ele fez o mesmo.
- Como te sentes?
Respirei fundo, coçando o nariz.
- Tenho apenas um pouco de fome.
- Então tenho que te alimentar.
Aquela resposta tinha um segundo sentido, eu sabia. Ri baixinho e apoiei o queixo no peito dele, olhando-o sobre a luz da Lua. Zayn fez o mesmo.
- Estás com um ar adorável – elogiou.
Revirei os olhos e não respondi. Virei o rosto para a janela, fixando a Lua, com algum esforço. Concentrei-me na batida do coração dele, dando-me a liberdade de descansar um pouco. A culpa era dele; esgotara-me até à última gota de força. Talvez se me deixar ficar apenas uns minutos…

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Queridos leitores e ex-leitores,

Venho mais uma vez pedir-vos alguma compreensão. Está a ser difícil perceberem que eu NÃO tenho internet em casa da minha avó, que é com quem eu VIVO desde que o meu avô faleceu. Está a ser também difícil compreenderem que eu não tenho tempo para ir todos os dias ao blogue. Sempre que posso, abdico das minhas horas de almoço para publicar mais um capítulo e sinto que não percebem que me é bastante difícil não vos dar capítulo todos os dias. Talvez se eu fosse como as páginas do facebook, "300 likes e 500 comentário, coloco o próximo", se calhar compreenderiam-me. Perdi leitoras? Não se preocupem, não guardo rancor, e agradeço terem lido os capítulos anteriores. Tenho leitoras que ainda esperam pacientemente e não tenho como lhes agradecer, senão com um lindo e rechonchudo Obrigada!, espero não vos desiludis depois de tanta espera. Não volto a prometer que colocarei todos os dias um capítulo, mas tentarei sempre que possível. Obrigada seja compreensão. Ps: e tenho muito orgulho em dizer que deliro com cada palavra que recentemente tenho escrito. Vão haver surpresas...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 104


Beijei-o timidamente e durante algum tempo deixámo-nos ficar quietos. Porém, agarrei nas suas mãos e levei-as à minha cintura. Comandei-o para tirar a minha sweatshirt e quando ele percebera o que eu estava a fazer, levantei os braços e senti a camisola passar-me pela cabeça.
Tremi, tanto pela aragem miudinha como pela reação que ele teria perante as minhas cicatrizes. Afinal, eu não durmo com soutien. Tapei-me, por instinto, e Zayn percebeu porquê. Durante alguns segundos deixou-se estar a olhar para os meus olhos e eu para os dele. Tirou a sua camisola cinzenta e eu olhei para as suas tatuagens que me deixavam salivar. Levantou uma mão e depois a outra, pousando-as nos meus braços.
Uma única palavra não foi proferida e ele esperou que eu deixasse de fazer força. Quando relaxei, afastou os meus braços do meu peito. Tremi, assustada e prestes a largar uma lágrima (ou talvez mais), com medo de ele me achar horrível.
Zayn olhava com atenção para o meu peito, para os meus seios. A sua expressão do rosto mudou, tornou-se fria e sombria. Agarrou-me contra ele, assustando-me. Apertou-me tanto que quase fiquei sem ar.
- Isso acabou, e tu és linda. És linda, Bella – repetiu inúmeras vezes.
Enterrei os dedos no seu cabelo e encostei a testa à dele, arfando de alívio. Beijei-o ansiosamente. Conduzi as minhas mãos às suas calças, desapertando o botão. Ele empurrou-me para a cama e colocou o peso do seu corpo em cima de mim. Afastou o meu cabelo do rosto e olhou-me uma última vez para depois descer os lábios pelo meu pescoço. A sua barba fazia-me cócegas e arrepios ao mesmo tempo. Mordeu-me ligeiramente o seio direito. Gemi de prazer.
Zayn levantou-se para tirar os jeans. Mas a maneira como o fez deixou-me a trincar o lábio com força. Ele sorriu enviesadamente; com roupa Zayn era de chorar por mais, e sem ela, deixava qualquer uma sem fôlego.
Inclusive eu.
Especialmente eu.
Levantei o dedo indicador e chamei-o. Passou a mão pelo cabelo e inclinou-se de novo para mim. Porém, tirou-me as calças de fato de treino com rapidez e sem eu estar preparada. E depois, como se quisesse provocar um choque no reboliço que eram os meus sentimentos, brincou com o tecido das minhas cuecas. Eu encolhi-me, em resposta.
- Schh – pronunciou ele e levantou o rosto de novo sobre o meu. – Eu sei. Eu sei, Bella.
O quarto ficou sombrio de repente, apenas com a Lua a fazer o seu papel. Zayn carregara no interruptor para desligar a luz e eu agradeci-lhe silenciosamente por isso. Fechei os olhos, mesmo assim, limitando-me a senti-lo.
As suas mãos percorreram o meu corpo com cuidado, sentindo as saliências irregulares, ora nas pernas ora nos braços. Depois hesitou ao passa-las nos meus seios. Trinquei o lábio e pus a minha mão sobre a dele, conduzindo-o a sentir o meu seio esquerdo destruído. Conseguia ouvi-lo respirar.
- Nem pense em hesitar, Mr. Vaidoso. – Murmurei e a voz tremia.
Nunca tinha tido muita experiência nestas situações. A única pessoa com quem alguma vez tivera relações sexuais fora Nuno, e mesmo que no passado eu tivesse confiado totalmente nele, isso tinha mudado. As inseguranças voltaram.
- Para lhe dar amor e prazer, eu nunca irei hesitar.
Baixou a cabeça mais uma vez, cobrindo-me de beijos doces. Não fez qualquer cerimónia em encher uma mão com um dos meus seios e o outro com a sua boca. Gemi outra vez, ainda mais excitada. Ele era bom. Descomunalmente bom. Ouvi-o retirar os boxers e isso deixou-me ainda mais molhada. Acompanhei-o e tirei as minhas cuecas de renda, sempre sem despregar o olhar do dele. Deitou-se sobre mim com suavidade.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 103


Ele retornou o olhar para o meu rosto e lambeu os lábios.
Aí, não me deu espaço nem mesmo para silvar e agarrou-me pela cintura, elevando-me. Agarrei-me ao seu pescoço para não me desequilibrar e ele fechou a porta de minha casa com cuidado. Depois virou-me o rosto para o dele e obrigou-me a beijá-lo. Gemi ao sentir o seu sabor, ao sentir mais uma vez aqueles lábios que tão deliciosamente queria provar interminavelmente.
Cruzei as pernas na sua cintura, imaginando como seria ele sem roupa. Gemi mais uma vez assim que Zayn me mordeu o lábio inferior. Afastou o rosto e abri os olhos. Os dele já estavam abertos. Observava-me com atenção e eu fiz o mesmo; fixei o seu olhar, prendi-o a mim. Sorriu timidamente e eu trinquei o lábio. Isso fê-lo suspirar e atacar-me mais uma vez.
Deu pequenos passos até às escadas e começou a subi-las. Uma mão, fria e macia, subiu pelas minhas costas provocando-me arrepios aprazíveis. As minhas mãos enterraram-se no seu cabelo, notificando-o que já tinha cedido aos seus encantos.
Um riso gutural veio do fundo da sua garganta.
- Temos a noite toda, pequenita – sussurrou com um sorriso. Chegámos ao meu quarto, que já tinha a porta aberta e ele largou-me na cama com violência. Fechou a porta e virou-se para mim, olhando-me com fome carnal.
Aproximou-se com rapidez e deitou-me com o seu corpo em cima de mim.
- A Perrie? – murmurei, quase inaudível.
- Não existe mais Perrie na minha vida.
A resposta, rápida e curta, surpreendeu-me. Ele viu a minha hesitação nos movimentos; afastou um pouco a cabeça, fez-me uma carícia no rosto e olhou-me.
- Confia em mim, Bella.
Eu não estava com medo do que estava para acontecer. Eu não estava com medo do sexo; era mais sentir que sou a amante e a rapariga com quem ele traía Perrie. Não gostava dela, quase que nem a suportava (admito), mas se estivesse no lugar dela também não iria gostar de ser traída. Portanto, a questão que pairava no ar seria se eu devia realmente confiar em Zayn como ele me pedira.
Olhei atentamente para o seu rosto.
A sua face quadrada lembrava um mármore grego perfeitamente esculpido, e no entanto, ele não era assim tão albino. A barba por fazer dava-lhe um ar mais adulto e maduro, talvez o fazia parecer ter vinte e dois anos e não apenas dezoito. Passei o dedo pela cana do nariz, sentindo a suavidade da sua pele e trinquei o lábio. Levei o dedo aos seus lábios, percorrendo-os vezes sem conta. Abriu a boca e mordeu-me. Dei uma risadinha, procurando os seus olhos castanhos.
Nesse momento, soube que podia confiar nele. Olhava-me com sinceridade, com fascínio e… com paixão. Eu sabia reconhecer estes três indícios sem dificuldade.
- Prova-me que sou eu. Que sou a única na tua vida.
Trinquei mais uma vez o lábio, nervosa, pois da última vez que pedi isso a alguém, não o conseguiram fazer. Não quiseram, mais exatamente.
Zayn formou um sorriso lento no seu rosto e depois beijou-me.
- Seria um idiota ao querer mais alguém.
Levantou-me o tronco, deixando-me sentada em cima das suas pernas cruzadas.
- Zayn nunca fora enfeitiçado por uma mulher como tinha sido por ela – murmurou no silêncio que nos consumia.
- Acabaste de fazer uma adaptação ao pensamento de Darcy sobre Elizabeth em Orgulho e Preconceito.
Tentei esconder um sorriso, mas não consegui. Apesar de ter lido poucos livros na minha vida, aquele sempre me fascinara. Zayn sorriu triunfante ao perceber que me tinha desarmado. Envolveu os braços em quase todo o meu corpo, devido ao meu tamanho.
- Eu amo-te, Bella – falou-me ao ouvido. Um arrepio percorreu-me o corpo.
Fechei os olhos, repetindo insaciavelmente aquelas palavras na minha cabeça. E eu amo-te a ti, Zayn.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

New Begginning - Capítulo 102


- Larry! – Gritou Sam a plenos pulmões, assim que viu Harry a aparecer na minha casa com um enorme sorriso.
Harry abriu os braços tanto quanto pôde para receber o meu irmão que corria desenfreadamente na sua direção. Depois apertou-o e pegou-o ao colo.
- Os dinossauros, Booboo? Já estou com saudades do T-Rex, caramba.
Dei uma gargalhada e Sam corou ligeiramente, envergonhado. A minha mãe apareceu da cozinha, limpando as mãos ao pano; olhou para Harry com relutância. Depois sorriu, vindo na nossa direção.
- Já lá vai algum tempo, Harry.
- É verdade, Senhora Laura.
A minha mãe cumprimentou-o e depois ele olhou de relance para mim. Revirei os olhos e Harry deu-me uma palmada leve na testa.
- Au! – gritei, mais pelo susto do que pela dor.
- Revirar os olhos é feio.
Arqueei uma sobrancelha ao fixá-lo. Ele escondia um sorriso, cerrando com força os lábios.
- Está calado – retorqui ao mesmo tempo que o empurrava contra a porta.
Escusado será dizer que não se pronunciou uma palavra acerca daqueles dias horrendos sem ele. Com franqueza, nunca me soube tão bem um serão passado em casa como aquele. Aproveitámos para melhorar as nossas habilidades como cozinheiros e, bom, tentámos ajudar a minha mãe. Harry teve a excelente ideia de colocar corante azul na massa dos biscoitos; ao invés de termos biscoitos de chocolate como qualquer biscoito que se prese, o produto final acabou por serem cookies azuis de pepitas de chocolate.
Sam adormeceu no sofá – por volta das onze horas e dez da noite – assim que Harry acabara de cantarolar uma canção de embalar. Levei-o ao quarto, aconchegando-o na cama. Carreguei no interruptor em forma de estrela e num ápice a estrela cadente que rasgava o teto do quarto de Booboo apareceu.
- Ficava a noite inteira contigo, mas não posso – disse-me Harry com pesar, assim que me sentei ao seu lado no sofá. Laura já dormia, no seu quarto, há algum tempo.
- Fica para outra altura.
O silêncio instalou-se, como se de um hábito recente se tratasse.
- Por favor não voltes a repetir o que fizeram.
Fixei as chamas fracas na lareira, enquanto entrelaçava nervosamente os dedos uns nos outros. Ele não disse nada, e por momentos pensei que nunca fosse responder ao meu murmúrio. Mas depois colocou um dedo debaixo do meu queixo e virou-me o rosto para ele.
- Só voltarei a fazê-lo no momento em que ficar sem voz.
Puxei-o desajeitadamente para junto de mim, abraçando-o com o máximo de força que consegui.
Harry lá teve que voltar para casa, mas prometeu-me que no dia seguinte me viria buscar para ir almoçar com ele e a família.
- Vais adorar. E a minha mãe vai adorar receber-te lá em casa – disse Harry enquanto caminhava para junto do carro. Depois acenou e colocou o carro a trabalhar.
Eu tentei, tentei mesmo adormecer. Mas o nervosismo e o entusiasmo consumiam-me de tal forma que nem chegava a ficar cansada ou exausta o suficiente para conseguir fechar os olhos. Levantei-me da cama num pulo, e levei o telemóvel comigo como força de hábito de o levar para qualquer comigo. Desci as escadas com rapidez até à cozinha; abri o frigorífico e retirei o sumo de maracujá.
Na lareira, a lenha resumia-se a um monte de cinzas suficientemente quente para manter por mais algum tempo a temperatura da sala. Peguei num dos livros de Sam e comecei a folheá-lo enquanto dava pequenos goles no sumo. A certa altura, alguém batia à porta fervorosamente mas não suficientemente alto para que Laura e o meu irmão conseguissem ouvir. Levantei-me do chão e resmunguei para comigo mesma que nunca em Portugal acontecera tocarem-me à porta de madrugada. Para além de Nuno.
- Quem é que se atreve a…?
Teria de bom grado continuado a reclamar com a pessoa, quem quer que fosse. Exceto ele.
- Que estás aqui a fazer? – Perguntei num sussurro.
Os seus olhos brilhavam de excitação, brilhavam de entusiasmo por me estar a ver à sua frente. O seu olhar percorria o meu corpo tão atrevidamente que me senti intimidada.
- Para com isso, Zayn.
 
 
(Peço imensa desculpa não ter posto esta semana nenhum capítulo, mas não tenho tido tempo, a sério :( custa-me imenso não vir dar-vos mais história, mas eu tento, eu bem tento. Ando a armar-me em estudiosa e tem sido difícil, os stores do meu curso têm colocado datas de entregas de trabalhos todas em cima umas das outras... Peço imensa desculpa a sério :( Ps: não me abandonem! x.x)