- Olá Violeta –
cumprimentou Zayn a pequena, num português arranhado.
Os olhos dela
brilharam e estendeu uma mão para a frente, tentando chegar a Zayn.
Aproximei-me um pouco mais, atenta e com o coração pesado. Zayn levantou a sua
mão direita e pegou na mão da criança, entrelaçando os pequeninos dedos dela
nos dele.
- Sou o Zayn
Malik – disse por fim.
- Zayn! –
guinchou Violeta.
Não evitei dar
uma gargalhada, de alegria e de exaltação, pois quando aqueles braços franzinos
se lançaram para a frente, Zayn não hesitou em abraçar com força Violeta.
E durante os
quinze minutos seguintes, enquanto Zayn brincava com Violeta, eu tentava
combinar um local e hora com Rosa, a mãe dela, para voltarem a Piccadilly.
- Venha
connosco, vai ser divertido, Rosa – insisti mais uma vez.
A mãe de Violeta
abanou a cabeça com um sorriso e voltou a olhar para mim depois de registar o
meu contacto.
- Gostava muito,
Bella, mas ainda tenho que falar com o oftalmologista da Letty. – Levou ambas
as mãos à mala e retirou dela um frasco com um líquido transparente no seu
interior. – É provável que ela sinta algum ardor nos olhos. Por favor, fica
atenta se ela começa a piscar demasiadas vezes os olhos. Só é preciso duas
gotas deste remédio em cada olho.
Sorri com
sinceridade e Rosa entregou-me o pequeno frasco. Depois chamou Violeta que com
uma audição extraordinária conseguiu seguir a voz da mãe e caminhou até ela,
sem qualquer ajuda ou indicação. Zayn vinha atrás, num passo acelerado, pois a
distância que os separava de nós ainda era de pelo menos dez passos.
- Vais ficar com
a Bella e o Zayn, querida.
- Não ficas
connosco? – Perguntou Violeta.
- Não posso,
amor. Tenho que ir falar com o doutor John. Mas a mana vem já a caminho e daqui
a algumas horas já estaremos juntas de novo, está bem? Tenho a certeza que te
vais divertir.
Violeta sorriu,
olhando para o vazio. Agarrou os braços da mãe, até encontrar o pescoço e
rodeá-lo com os seus braços, num abraço forte e carinhoso. Zayn aproximou-se de
mim e colocou um braço de volta da minha cintura, dando-me um beijo na testa,
mas não larguei o olhar daquela cena entre a menina cega e a mãe.