sábado, 29 de dezembro de 2012

Directioners,



O fim do ano aproxima-se vertiginosamente, bem como o meu aniversário (no mesmo dia); decidi por bem colocar de imediato os capítulos que faltavam para chegar ao centésimo. Um dos motivos é porque antes de 2013, não tenho mais oportunidades de vir ao blogue para efetivamente vos dar mais história. Outro dos motivos é porque nos primeiros dias de janeiro não vou colocar mais capítulos, já que o final do capítulo 100 (cem) foi a última coisa que escrevi. Não, não fiquei sem inspiração ou até mesmo imaginação. Acreditem, imaginação é o que não me falta, graças aos deuses por isso! :) Apenas não tenho tido tempo algum para desenvolver mais a história. E peço-vos que sejam compreensivas(os) para comigo e que não deixem de vir visitar o meu blogue, pois é isso que me move para escrever e escrever. Apesar de maioritariamente escrever para mim, o meu, digamos, êxito, é graças a vocês que aumentam cada vez mais o número de visualizações/visitas e chamam cada vez mais directioners a ler a minha fanfiction. A "publicidade" do meu blogue deve-se também em parte a quatro excelentes raparigas. Eu revelaria quem são, no entanto, acho que não seria justo para com todos vocês leitores, pois cada um contribui tanto para o meu, pronto, êxito como para a minha felicidade. Saber que esperam mais um capítulo todos os dias, dá-me forças para enfrentar a rotina e o dia-a-dia; {enfrentar} a escola... como vocês bem sabem.
Prometo compensar-vos ainda mais, trazendo não apenas esta, mas mais quatro fanfictions. Porquê? Bastante simples, directioners. Esta primeira fanfiction tem como centro Zayn/Louis, e as próximas quatro acontecerá o mesmo, terão como centro um dos rapazes, respetivamente. No entanto, numa das quatro fanfictions que vou escrever/narrar, dependerá desta primeira qual dos rapazes será o "centro": Zayn ou Louis? Lá mais para a frente é quando irão saber... Aproveito também para dizer que ainda não decidi com quem irá a Bella passar a Passagem de Ano. Confesso que ora estou balançada para o Zayn, ora estou balançada para o Louis. Porque "eu amo os dois" ;) Enfim, este paleio todo apenas para dizer um enorme e bastante sincero OBRIGADA! Obrigada por tudo; obrigada pelas esperas durante os fins-de-semana, obrigada pelos magníficos e únicos comentários que me deixam aqui no blogue, obrigada por me seguirem no twitter e quererem travar amizade comigo, obrigada por me adicionarem no facebook, e obrigada, muito obrigada mesmo por lerem a minha fic  E com mais um dos meus testemunhos, até para o ano directioners e façam por marcar a entrada em 2013 ;) A vossa, Debbie J. Wade 



New Begginning - Capítulo 100



Respirei fundo algumas vezes, e com dificuldade, ergui o corpo e a cabeça.
Harry, sussurrei baixinho o nome dele, mal o vi no outro lado da rua, a observar-me. A sua expressão do rosto era de esperar; estava espantado por me ver.
Trinquei o lábio com força para travar as lágrimas. Foi em vão.
No preciso momento em que recuei alguns passos, começando a correr para longe, ouvi-o gritar o meu nome.
- Bella, espera!
Não obedeci, dando o meu máximo sem saber para onde ir. Apenas me limitei a correr para uma rua e depois para outra. Às vezes parava para ver se ele não vinha atrás de mim, mas raios!, ele sempre me apanhava.
- Para! – Gritou algumas vezes.
A dada altura, uma senhora que bebia o seu café na esplanada de uma pastelaria, olhou para mim e depois virou os olhos para trás num instante que não me deixou ficar preparada para o que vinha aí.
- Para – mandou Harry logo após se meter à minha frente, travando a minha corrida.
- Deixa-me – gritei. – Nem te atrevas a seguir-me, estou-te a avisar.
O tom com que a minha voz saiu da minha boca foi assustador e ameaçador. Eu sentia-me realmente furiosa e com ódio por terem deixado de me falar, por me terem deixado sozinha numa cidade que eu não conhecia. Por me terem dado esperanças de que eu poderia realmente formar amigos.
- Nunca mais – murmurei firmemente. – Nunca mais me voltes a falar ou sequer a olhar para mim.
Harry não se mexeu, a fitar-me com os olhos completa e absurdamente arregalados. O seu rosto estava pálido.
Voltei a correr, e o meu coração parecia prestes a cair com tanta dor que suportava dentro de si. Pernas que serviam para andar pareciam voar naquele momento. Eu não conseguia parar. Só de saber que me encontrava na mesma cidade que eles, dava-me ainda mais força para continuar a correr até longe. Cheguei a um parque incrível que parecia nunca mais acabar.
Melhor que isso, a serenidade presente na brancura que cobria todas as árvores e o solo do parque que se estendia à minha frente, conseguiu com sucesso acalmar o meu sistema nervoso. O silêncio ordenava em meu redor, dando acesso verde apenas aos pássaros para que amenizassem a paz que perigosamente se poderia tornar num pesadelo. Caminhei inconscientemente pelo alcatrão escondido pela neve; sendo os únicos passos que se ouvia num raio de não sei quantos metros, fechei os olhos enquanto distinguia o som dos meus pés a pisar a neve e as tentativas do vento se fazer sentir.

New Begginning - Capítulo 99



- Assim do nada? Ela deu-te o emprego assim do nada?! – Gritou Marie, no Starbucks do centro da cidade.
- Chiu! Tens mesmo que falar alto?
Depois de acertar algumas coisas com Lana – a senhora da loja – nomeadamente o meu horário de trabalho, a data a que receberia o salário e notificar-me de algumas coisas fulcrais que eu precisava de saber na hora, caminhei entusiasticamente até ao Nando’s. Quando ia a virar uma esquina, embati contra alguém que trazia um bolo na mão. Era Marie. E um pastel de nata.
Ela deu uma risadinha e um gole no seu Frappuccino light de leite de soja e caramelo.
- Ninguém quer saber, tonta – revelou, encolhendo os ombros. – Mas explica-me melhor como conseguiste esse emprego… sabias que o proprietário é de uma banda de metal? – Marie arqueou a sobrancelha, pensativa. – Ou de hardcore… Espera, deixa-me pensar um pouco.
Deixei-a então pensar, esperando.
- Sabes que mais? – Acabou por me dizer. – Não te sei dizer ao certo. Mas eles têm fama e são muito conhecidos.
Dei uma gargalhada sonora.
- És fã da banda? – Perguntei.
- Nem por isso. – Depois suspirou e olhou-me atentamente. – Não tens falado com eles, pois não?
Eu sabia a quem ela se referia. Não precisava de dizer nomes e se calhar talvez fosse melhor assim. Se eu ouvisse o nome… dele ou… do ex-namorado da Eleanor, aperceber-me-ia que muito provavelmente já me tinham esquecido. Todas as noites rezava para que não fosse o caso, mas isso Marie não tinha que saber.
- É como se eu tivesse sido uma fã que ganhou um concurso ao qual o prémio foi quase três meses de contacto com eles e… claro tive a sorte de me envolver com dois da banda, mas… É como se tivesse terminado o meu tempo com eles e eles seguissem com a vida deles e eu com a minha.
Marie não respondeu de imediato, olhava para o Frappuccino atentamente, perdida em pensamentos, sempre a mexer a palhinha no sentido dos ponteiros do relógio. Logo ali ao meu lado conseguia ouvir um homem a falar ao telefone e a rir-se. Mas não me interessou sobre o que ele falava.
- Sabes – adiantei ainda. – Eu não os percebo. Podiam ter ligado. Podiam ter continuado a contactar-me, de uma maneira ou de outra. Eu até entendo que não tenho twitter e que basicamente é essa rede social que eles utilizam, mas eles têm o meu número de telefone. Acreditas que o Sam está farto de perguntar pelo Louis e pelo Harry?
Dizer os nomes deles magoava-me. E com razão. O que eles estavam a fazer era muito errado e maldoso. Porque não falavam comigo? E o Harry é meu amigo, ele mais do que ninguém não deveria ter deixado de me falar. Não está correto, simplesmente não está.
- Ouve Marie, eu vou para casa, está bem? Nós falamos outro dia.
Levantei-me da cadeira e larguei dez libras em cima da mesa.
- E agradece aos rapazes por me terem ligado. Eles já cá estão, não já? – Perguntei.
- Só o Harry e o Liam.
Não respondi mais nada, saindo dali para fora o mais depressa que eu consegui. Andei até ao centro de Londres, relembrando todos os episódios que eles tiveram ao longo da semana. As várias aparições e os encontros com os fãs, nunca esquecendo os sorrisos marcados no rosto de cada um. Foi como se eu nunca tivesse existido.
Tropecei no passeio, caindo. Os meus reflexos rápidos evitaram que batesse com a cara no chão, o que foi um pouco constrangedor. No momento não pensei nisso, apenas desejei que um buraco negro e sem fundo me sugasse dali para fora. Ou melhor, que sugasse tudo o que eu estava a sentir naquele momento.

New Begginning - Capítulo 98



Entretanto a rapariga demorou-se pelo menos cinco minutos, o tempo necessário de eu encontrar mais peças de roupa que ela talvez gostasse. Acabei por pegar no vestido preto direito, com diversas cruzes cinzentas espalhadas por ele e atrás, nas costas, uma cruz enorme com um tecido transparente escuro na zona. Era lindo, admito, mas concentrei-me em vender o produto.
Ela saiu dos provadores, com uma expressão frustrada. Abanou negativamente a cabeça e passou-me a camisola à mão.
- E que tal este? – Mostrei-lhe o vestido. – É o trinta e oito…
Suspirou prolongadamente, um gesto relativamente idêntico ao do namorado. Pegou no vestido e dirigiu-se de novo ao provador.
Não demorou muito tempo como da primeira vez. Devolveu-me o vestido e com poucas palavras desistiu.
- Obrigada pela ajuda, mas pode ser que encontre o que procuro noutro lado. Oliver?

O rapaz virou-se para ela, atrapalhado, e despediu-se de mim e da senhora da loja. Por momentos pensei em insistir, mas hesitei, sabendo que não valeria de nada. As chances de arranjar um trabalho estavam oficialmente over.
- Bom, obrigada na mesma pela oportunidade de me deixar tentar – agradeci à senhora, afastando-me até à porta.
- Not so fast, little girl – disse-me ela no seu britânico requintado. Saiu de trás do balcão, aproximando-se de mim – O namorado da rapariga estava indeciso entre comprar-lhe uma capa de telemóvel única ou um porta-chaves. Também único – sorriu.
Será que o que eu estava a prever ia acontecer? Deus é grande.
- Sim…
- E ele acabou por comprar ambas as coisas. Parabéns…
- Bella – disse, entusiasmada. Ela sorriu e estendeu-me a mão.
- Parabéns Bella. Trabalhas oficialmente para uma das muitas lojas da DropDead Clothing.

New Begginning - Capítulo 97



Nem pensei duas vezes. Apenas olhei em volta, fixando algumas peças de roupa como os vestidos ou os casacos de rapaz e dirigi-me ao casal.
- Bom dia – cumprimentei, com o melhor sorriso que consegui expor – Precisam de ajuda com alguma coisa?
A rapariga pareceu-me tímida. E o rapaz olhou para ela de relance. Esboçou-me um sorriso fechado.
- Não é preciso, obrigada – acabou por dizer.
Mas eu não ia desistir tão facilmente.
Com um rápido olhar, percebi que a rapariga gostava de camisolas de cores vivas e com diferentes caricaturas sádicas – a sweatshirt que ela usava era cor-de-rosa e no centro da sua frente havia uma versão em paródia da cantora Ke$ha.
- Talvez encontres o que procuras na outra secção – comentei para ela.
Olhou para mim com uns grandes olhos azuis e eu apontei para o outro lado da loja. Ofereci a minha ajuda, comentando que talvez lhe ficasse bem uma das camisolas da nossa nova coleção.
A senhora da loja sorria, percebendo que me aproveitava de informações óbvias para parecer que trabalhava mesmo na DropDead.
- Isto nunca me iria servir – reclamou a rapariga, vendo o tamanho da camisola preta com um gato estampado na frente parecido com o do País das Maravilhas de Alice.
- Trinta e oito? Talvez até te serve o tamanho trinta e seis – dei uma risadinha e a rapariga corou ligeiramente. – Experimenta – incitei.
Ela pegou na camisola e dirigiu-se aos provadores.
- Não queres também experimentar alguma coisa? – Perguntei ao rapaz.
Ele era pálido, os seus olhos eram do mais negros que eu já vira e o seu estilo era parecidíssimo com o que a DropDead oferecia. Olhei para o skate que trazia na mão, reparando no pormenor da caveira pirata imprimida na zona inferior.
- Hoje o dia é dela, não meu – respondeu.
- Faz anos? – Perguntei, temendo que fosse demasiado intrometida.
Ele acenou que sim e passou a mão pela zona da nuca.
Trinquei o lábio, pensativa. Se a namorada dele não comprasse qualquer peça de roupa, eu teria que tentar fazer o rapaz comprar-lhe algo. Pessoalmente achava piada ao estilo hardcore, no entanto, não era frequente misturar o preto com cores, naquele jeito mais diferente e irreverente. Embora não fosse a minha primeira escolha em questões de trabalho, a DropDead parecia-me ser a minha última chance de começar no mundo do trabalho.
- Ali na vitrina do balcão talvez encontres algo para lhe oferecer de surpresa – propus.
Ele olhou seriamente para mim e eu sorri, mostrando confiança. Lá suspirou e dirigiu-se ao balcão.

New Begginning - Capítulo 96



A primeira semana de novembro trouxe sossego. Para além de não poder sair de casa, também não recebíamos visitas, pois os rapazes e Marie estavam fora e as poucas palavras que Laura trocara com a vizinhança, não foram o suficiente para que os vizinhos quisessem conhecer-nos melhor.
- Quando é que eles voltam? – Perguntou-me Laura, em certo dia.
A minha resposta foi um encolher de ombros.
- Harry não me disse completamente na íntegra. Apenas disse que seria a meio do mês.
Sam continuou a perguntar por eles, ao início, mas quando se apercebeu que nem mesmo Louis me ligava para falar com ele, deixou de perguntar. E eu não me dei mais ao trabalho de ligar o computador; se fosse a ver as notícias que havia deles, deparar-me-ia com os seus sorrisos e nada de desgostos amorosos. Aliás, Zayn continuava com Perrie. Porém, houve uma vez ou outra que, ou fosse num programa espanhol ou fosse um programa italiano, certos jornalistas perguntavam a Louis se ele estava solteiro, e este, respondia que sim.
Nessas alturas eu sentia-me com o coração aliviado por saber que ele não voltara com a Eleanor. Significava que ainda me amava. Certo?
Todavia, todos os dias depois do jantar, pegava no casaco e no maço de cigarros. Saía para o descampado onde eu e Zayn passáramos aquela noite e, primeiro, deixava-me ficar a ouvir os grilos. Depois não aguentava e começava a chorar.
Não falhava uma única vez. Os meus joelhos desfaleciam contra o chão, enquanto eu tentava agarrar o peito, escalfando-o para que a dor saísse. Eles estavam bem, não precisavam de mim. Afinal, Zayn não me amava assim tanto. E Louis…
Às vezes pensava que nem valia a pena pensar neles. Talvez não doesse tanto, se eu evitasse que o meu pensamento se enchesse com as imagens de ambos. Para tentar aliviar toda a angústia que sentia, tentava ouvir a voz de Harry dentro do meu consciente.
- Não fiques assim, Ferrero. Não gosto de te ver nesse estado – era o que eu continuava repetidamente a reproduzir na minha memória.
No dia onze de novembro decidi fazer alguma coisa da vida. Ficar fechada em casa deixara de ser opção, então pedi ajuda à minha mãe para que me desse dinheiro para a viagem de ida e volta do táxi e mais algum para enquanto eu estivesse no centro de Londres.
- Acreditas mesmo que irás encontrar trabalho? – Perguntou, à porta de casa.
Ajeitei melhor o cachecol. O taxista apitou duas vezes e eu fiz-lhe sinal para que esperasse.
- Tenho que tentar, não posso ficar aqui fechada todos os dias a fazer nenhum.
Despedi-me dela e corri para o táxi.
- London Eye, por favor – indiquei, encostando-me para trás.
Durante a viagem fui tentando fixar as ruas por onde passava. Teria que pensar como iria fazer mal arranjasse dinheiro para a carta, e por ventura, para um carro. Desde o primeiro dia em que cheguei, fazia-me confusão a condução dos britânicos. Não me inspirava muita confiança conduzir do lado direito. Apesar de falar sem sequer alguma vez ter conduzido na vida, safar-me-ia melhor se conduzisse à esquerda, e não à direita.
- Obrigada – agradeci, mal parou o carro a vinte metros do London Eye.
Durante duas horas e trinta minutos, entrei em todos os cafés e lojas por onde passava e fazia a mesma pergunta padrão a todos.
- Bom dia, poderia dizer-me se andam a precisar de nova empregada?
Um sorriso amistoso colocado no rosto era tudo o que precisava para transmitir o meu interesse. No entanto, na maior parte dos locais negavam-me e eu, com um sorriso sincero, agradecia a atenção dada.
- Antes que tudo precisaria de ver o seu currículo – disse-me a gerente da loja DropDead Clothing.
- Não tenho nenhum – respondi com vergonha.
A mulher, uma atraente senhora com pouco mais de trinta anos, ficou pensativa.
Eu precisava mesmo de um emprego. Estava a enlouquecer ficar fechada dentro de casa vinte e quatro horas por vinte e quatro horas, sete dias por semana.
- Consigo fazer um pouco de tudo – adiantei-me a explicar, temendo que me negasse na hora qualquer hipótese de reconsideração.
Depois lembrei-me de uma coisa que nunca falhava.
- Ponha-me à prova – desafiei. – Explique-me apenas o básico do sistema da colocação das peças de roupa e eu prometo fazer o meu melhor.
Ela olhou-me durante algum tempo e depois um casal de jovens entrou na loja, sorrindo na nossa direção. Voltei a olhar a senhora que naquele momento sorria matreiramente na direção dos adolescentes.
- Fazemos assim – disse-me, e depois apontou para eles – se conseguires que o rapaz, ou a rapariga, comprem pelo menos uma peça de roupa ou qualquer um destes artigos – apontou para a vitrina –, eu dou-te o emprego.

New Begginning - Capítulo 95



Trinquei o lábio, angustiada com toda aquela situação em que me havia metido.
- Louis…
Não sabia o que havia de lhe dizer. Não sabia o que sentia. O meu coração encontrava-se completamente dividido entre ele e Zayn, como se fosse uma estúpida criança que não queria escolher entre as gomas e o algodão doce. Como se quisesse ficar com ambos e ser feliz.
- Eu amo-te – sussurrou.
Aquelas palavras chocaram-me, como se eu sentisse que não fossem ditas verdadeiramente. Dois meses, Bella, há dois meses que eu te conheço e já sinto que te amo, disse Zayn naquela noite. Sim, dois meses passaram, mas tanto um como o outro eram loucos ao dizerem que me amavam. Talvez eles não soubessem o que era realmente amar. Mas quem poderia dizer que sabe o que é amar?
Às vezes, o amor parecia-me ser uma ilusão criada à base de desejos hormonais. Não era verdadeiro. Não era real.
- Não digas isso, Louis – reclamei. – Dois meses é muito pouco tempo para saber se amas realmente uma pessoa.
- Isso não é verdade, Bella. E tu sabes isso. O que pretendes com todo este jogo?
Semicerrei os olhos, fixando-o.
- Jogo? Pensas que estou a jogar ao quê? Ao Cupido? – O meu lábio inferior tremeu. – E o que eu sinto, Louis? O que eu sinto não vale nada?
Os meus olhos lacrimejaram, vindo com eles toda a dor que eu sentia.
- Achas que é fácil ter de olhar para ambos e não saber…
- Não saber o quê, Bella? – Perguntou, agachando-se.
Era tão difícil ter que dizer a Louis que eu amava Zayn também.
Enquanto ele esperava pela minha resposta, reuni coragem para lhe dizer a verdade.
- Eu amo-vos aos dois, porra.
Solucei por entre as palavras. Louis aproximou o seu rosto do meu, encostando a testa à minha. Fechei os olhos e tentei controlar a respiração. Não era fácil.
- Calma – sussurrou ele.
- Falar é f-fácil – retorqui.
Agarrou-me na nuca e a sua mão quente deu-me novos arrepios.
- Ultimamente tens estado muito quente – comentei, tentando fazê-lo rir.
- Não tornemos isto mais constrangedor, Bella – riu-se.
- Não era a minha intenção.
- Mana? – Chamou-me Sam, devolvendo-me à realidade.
- Hum?
- Voltaremos a ver o Nouis? E o Zayna e o Larry?
Abri os olhos, encontrando-o a fixar-me com olhos de cachorrinho.
- Claro que sim, Booboo – reconfortei-o. – Eles só vão estar fora durante algum tempo, não te preocupes. Achas mesmo que o Harry iria deixar-te sozinho com os dinossauros?
Sam sorriu de orelha a orelha e deu uma pequena gargalhada.
- A mana precisa de dormir, Sam. Queres continuar aqui ou vais ter com a Laura?
Ele levantou-se da cama. No entanto, baixou a cabeça e deu-me mais um beijo pequeno na testa.
Virei-me para o lado da parede.
- Sono, não demores muito, por favor – sussurrei, fechando os olhos.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

New Begginning - Capítulo 94


3 de Novembro

- Calma, Bella – disse-me Harry.
Enquanto ele me ajudava a sair do carro dele, olhei para a minha mãe e para Sam que me esperavam à porta de casa. Estava a chuviscar, então virei o rosto para o céu, sentindo os pingos de chuva embaterem contra os meus lábios, os meus olhos e as minhas bochechas.
Quando me encontrei totalmente em pé, apoiei-me no Lamborghini enquanto Harry fechava a porta.
- Anda lá, Ferrero – disse ele, chamando-me pela nova alcunha que me pusera.
Apoiei-me no seu ombro, dando pequenos passos até à entrada. O médico dissera que não podia fazer esforços, então Harry achou por bem que eu tivesse de me apoiar em tudo o que era canto. Para lhe satisfazer a vontade, abusei um bocadinho da sua ajuda.
À saída do hospital, obriguei Harry a levar-me ao colo, o que conduziu toda a gente a olhar para nós, enquanto eu me ria desbragadamente. Também havia paparazzi. Mal souberam que os One Direction tinham passado a noite de Halloween e o dia do pão por Deus no hospital, correram feitos que nem galos atrás da franga, à procura de capturar fotografias. Ficaram todos contentes por verem uma rapariga nova no colo de Harry, mas nenhum de nós ficou incomodado. Ambos sabíamos o porquê e mais nada interessava.
- Sam, cuidado porque a tua irmã ainda está frágil – avisou a minha mãe.
Sam encontrava-se feliz por me voltar a ver em casa e dava pequeninos saltos de alegria.
- Mas eu quero abraçar a mana – pedinchou ele.
Um sorriso formou-se no meu rosto.
- Fazemos assim – propus. – O Harry pega-te ao colo e tu dás-me um abraço no colo dele, está bem?
Harry colocou-se em modo de preparação de receber o meu irmão e este correu até ele. Ri-me ao ver a cara de cansaço de Harry quando pegou em Sam, mas eu sabia que ele apenas estava a fingir. Sam estendeu os braços para mim e eu aproximei-me, deixando-o abraçar-me o pescoço com força.
- Tanta saudade que tens – disse-lhe em português. – Porque tiveste tanta saudade da mana?
Sam colocou uma expressão triste e quase chorou.
- Não quero que vás ter com o papá – soluçou.
Sinceramente ver o meu irmão assim punha-me com o coração a doer. Cada vez mais eu tinha a noção do quão importante eu era para Sam. Uma lágrima caiu-me do olho. Peguei no rosto do meu irmão e dei-lhe um beijo.
- Ouve bem a mana, pirralho – falei. – Eu não vou a lado nenhum, está bem?
Sam limpou as lágrimas do meu rosto.
- Não chores mana – disse, mostrando um sorriso pequeno.
Dei uma gargalhada e depois olhei de relance para Harry; os seus olhos estavam vermelhos.
- Oh bolas, agora coloquei toda a gente a chorar – resmunguei.
- Não foste tu, foi o teu irmão – disse Harry, rindo-se.
Entrámos em minha casa e ele levou-me até ao quarto. Harry não se demorou muito. Despediu-se, com a justificação que ainda tinha de fazer as malas. Sam levou-o até à porta, mas depois subiu com rapidez as escadas para voltar a ficar comigo.
- Queres-te deitar aqui comigo? – Perguntei.
Levantei os lençóis e Sam tirou os sapatos desajeitadamente, deitando-se ao meu lado.
Fechei os olhos, refletindo no que acontecera nos últimos dois dias. O meu coração doía. Zayn e Louis lutavam por mim, como se não fossem irmãos. Lutavam por mim como se nunca tivessem formado uma família; a sua banda. Recordo-me da primeira vez que acordei no hospital, ter sido a primeira fase da ameaça que cada um fez ao outro. Graças a Deus que o meu desmaio conseguiu acalmá-los nesse dia.
Porém, quando Marie e Niall me foram visitar no segundo dia, o louro revelou-me que as coisas não estavam nada bem.
- Não sei como iremos fazer nos próximos dias – confessou ele e eu notei na tristeza que a sua voz transmitia – Se eles dão indícios de estarem mal um com o outro, podem surgir rumores de que a banda irá acabar, e isso não irá ajudar-nos.
Isso era uma das coisas que eu mais temia. Não queria que eles acabassem com a banda, depois de tudo o que passaram para alcançar o que têm hoje, isso não pode acontecer.
No mesmo dia em que Niall e Marie visitaram-me, Louis passou um serão comigo.
- Promete-me que não irás provocar o Zayn – pedi, seriamente.
Louis havia suspirado e pegou-me na mão direita.
- Eu não farei nada se ele também não o fizer – respondeu-me.
- Louis – chamei-o à razão. – Ambos sabemos que tu é que provocas.
Ele resmungou qualquer coisa e levantou-se da cadeira, dando passos para lá e para cá continuamente.
- Tu não percebes, Bella? – Perguntou um pouco alto.
- Não percebo o quê? – Inquiri, confusa.
Louis olhou para mim furiosamente. Voltou a sentar-se e pegou-me na mão, apertando-a ligeiramente. Levou-a à sua boca, dando um longo beijo enquanto me fixava. Os seus olhos eram pura agonia.
- Não percebes que é comigo que deves ficar? – Murmurou.

New Begginning - Capítulo 93



Decidi por ventura não acordar ruidosamente. No entanto, as dores dificultavam essa minha decisão. A minha cabeça parecia estalar e sentia constantemente uma picada no pulso esquerdo. Quando os meus olhos se abriram, ficaram agradecidos por não haver muita claridade, onde quer que eu estivesse. Pisquei-os algumas vezes, ainda tendo a visão desfocada.
Mas consegui olhar para a pessoa que estava deitada sobre a minha cama e com o rosto virado para baixo. A sua mão pegava na minha e no nosso pequeno casulo encontrava-se um dos broches que Louis me dera. Apertei-lhe a mão ao de leve, provocando um susto à pessoa. Levantou a cabeça num ápice, revelando ser o próprio.
- Calma – sussurrei, mas a minha voz estava demasiado rouca para que ele percebesse alguma coisa.
- Bella – disse ele, exasperando alívio.
Reparei que Louis não estava sozinho no que percebi ser um quarto de hospital, então olhei para o fundo, vendo Zayn levantar-se duma cadeira e vir ter comigo. Os seus olhos brilhantes fixavam-me o rosto.
- Nem acredito que finalmente acordaste – disse Louis, o que me obrigou a olhar para ele.
Sorri, feliz por saber que eles se preocupavam.
- Ainda bem que estão aqui – murmurei baixinho.
- Não fales, será pior – aconselhou Zayn.
- Mas eu quero – sussurrei. – O que aconteceu?
- Estavas a ter uma discussão que nunca deveria ter acontecido, e desmaiaste – respondeu Louis.
Zayn agachou-se, sentando-se na cadeira do meu lado esquerdo e pegando na mão livre.
- Era eu que lá estava, portanto eu é que sei o que aconteceu – respondeu a Louis.
- Se não fosse por tua culpa, ela não estava aqui. Aliás – disse, levantando-se – se não fosse por tua culpa, ela não teria desmaiado.
Zayn também se levantou, fazendo frente a Louis.
- Parem – pedi, mas nenhum me ouviu.
- O médico disse que a razão foi fraqueza e poucos glóbulos brancos no sistema, não teve nada a ver comigo – retorquiu Zayn com fúria.
- Continuas a ser o culpado, pois a partir do momento em que te meteste entre mim e ela tudo piorou para o lado dela.
- O vosso beijo nunca devia ter acontecido, ela própria o disse – provocou Zayn.
O meu coração ficou pesado. A minha respiração acelerou, mas eu sentia-me presa e sem ar.
- Parem – murmurei mais uma vez. – Parem.
- Ela sofre por saber que continuas com a Perrie. Vê-se mesmo que não a amas de verdade, Zayn. Volta a meter-te entre mim e ela e vais ver o que te espera – disse Louis, estalando os dedos.
- É quando quiseres, Louis – respondeu Zayn, dirigindo-se à porta.
Louis ia atrás dele, mas eu gritei.
- Parem!
Depois senti-me perder os sentidos de novo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

New Begginning - Capítulo 92


- Papá…
- Sim?
Olhei para a areia.
- Porque me castigaste daquela maneira sempre que eu fazia alguma coisa de mal?
O meu pai não me respondeu logo, o que me permitiu ouvir o som das ondas mais distintamente.
- Sabes Isabela, no lugar onde eu estou é que percebemos todos os erros que fizemos na vida que nos foi dada. Eu pensava, muito sinceramente, que fazia bem ao castigar-te assim. Mais tu que ninguém sabes bem o quanto o teu pai era um cristão dedicado. Um cristão à moda antiga. Ou talvez o tipo de cristão que nunca existiu.
Assenti, percebendo o que ele queria dizer.
- Estás arrependido? – Perguntei, esperando que ele dissesse que sim.
- Ainda não fizeste nenhuma das perguntas corretas, e no entanto eu já te respondi a uma. E não estou permitido a fazê-lo, Isabela.
- Oh – intercetei. – Hum, será que uma das perguntas é… - pensei durante um segundo – O que vai acontecer entre mim e os rapazes?
O meu pai desmanchou-se em gargalhadas.
- Estás perto, mas essa também não é uma das perguntas. Pensa um bocadinho, Isabela. Tu chegas lá.
Talvez sim, talvez não. A verdade é que toda esta coisa do contacto com o outro lado era muito esquisita e estranha. A parte das perguntas certas e das perguntas que não eram certas era lixada. Quais eram as dúvidas que eu tinha? Não podiam ser perguntas de resposta direta, porque isso era mais que óbvio.
Depois de refletir durante o que pareceu uma eternidade, percebi qual a pergunta que eu queria fazer.
- Irei fazer a escolha certa, papá?
- Se seguires o teu coração, filha.
- Mas eu não sei o que o meu coração quer – admiti.
- Neste momento estás confusa, Isabela. Porque sentes o mesmo por dois rapazes ao mesmo tempo. Mas lembras-te como foi com Nuno?
- Lembro sim, mas o que tem a ver o Nuno com o Zayn e o Louis?
- Eles não têm nada a ver com o Nuno. O que eu quero dizer é que ao fim de dois anos já não sentias amor pelo Nuno, mas sim obsessão e cegueira. Vais dizer que é mentira?
Rangi os dentes.
- O assunto Nuno está mais que enterrado, pai.
- Percebo.
Continuámos a caminhar à beira-mar, até que encontrámos um broche no meio do chão. Quando peguei nele, reconheci-o.
- Louis – murmurei, sorrindo.
- Irás encontrar as respostas, Isabela.
- Porque dizes isso dessa maneira, papá? – Perguntei, virando-me para ele.
Vi-o afastar-se.
- Não vás ainda! – Gritei.
- O meu tempo chegou, querida. E o teu também.
Dito isto, desapareceu, levando tudo com ele; a ponte 25 de Abril descampou, o céu tornou-se completamente preto e eu deixei de ouvir as ondas do mar e de sentir a areia. Estava a cair.